Capítulos (2 de 7) 01 Oct, 2019

5 – Responsabilidade com você

Lem estava sentada em baixo de uma árvore, numa rua não muito longe da escola. No entanto, estava no caminho oposto a sua casa. Esperava por alguém que ela sabia que passaria ali a qualquer momento. Duo sempre vinha por aquele caminho. Ela já ficou esperando por ele ali antes, em outras ocasiões em que queria falar com alguém. Nesses momentos, Lem preferia conversar com Duo, ele era mais racional, e menos impulsivo do que Lilly.

Ela ficou ali a manhã toda, desde que saíra de casa dizendo ao pai que iria a escola. Ela ficou pensando em como explicaria o que aconteceu no dia anterior, e se havia um jeito de impedir isso sem ter que confrontar seu pai. Pensando agora, isso devia ser idéia só dele, sua mãe não parecia ter muita opinião sobre a maior parte das coisas, e provavelmente a vida de Lem não era muito do seu interesse.

Quando era quase a hora de Duo passar ali na volta da escola, Lem ficou de pé, bateu em suas roupas para tirar as folhas, e caminhou até um muro na esquina da rua de onde ele viria. Observando agora a paisagem, essa era uma rua bem mais velha do que a qual ela morava. As casas pareciam mais simples, e as arvores na frente de algumas casas deixavam o ambiente um pouco mais colorido. Lem se lembrava de que não havia ainda visitado a casa de Duo. Não sabia nem onde era. Embora já tivesse ido à casa de Lilly, ainda faltava a casa dele. Lembrou-se de certa vez que também queria falar com ele, mas não sabia onde ele morava. Ela foi embora da escola acompanhando Duo naquele dia, e quando ela tocou no assunto que queria falar com ele, (novamente, uma reclamação sobre seu pai) ambos pararam naquele muro. Ficaram conversando ali, por algum tempo que podia ter sido horas, e depois Lem voltou para seu caminho pra ir pra casa. Depois desse dia, ela ficava esperando por ele ali quando queria conversar a sós, coisa que não acontecia sempre.

Naquele dia, porém, Duo estava meio atrasado. Lem imaginou se ele havia vindo por outro caminho, quando Duo apareceu na esquina.

- Oi Duo.

- Lem? – o menino estava bastante distraído. Lem percebeu logo que ele estava perdido em pensamentos.

- Aconteceu algo pra você não ir à aula hoje? – Duo perguntou, meio por cortesia, pois não estava muito a fim de conversar.

- Tem um tempo?

Duo pensou novamente sobre aquela historia de ter que se responsabilizar pelos problemas dos outros. Via que ter amigos era mesmo algo que ele devia trabalhar constantemente. Mesmo assim, preferiu falar com Lem. Queria pensar em alguma coisa diferente pra esquecer de como fora seu dia na escola hoje.

- Vamos nos sentar ali. – Duo disse apontando pra uma pedra que estava perto da arvore onde Lem estava sentada antes.

- Ok. – Lem o acompanhou, e pensou se começaria falando o que aconteceu a ela ou perguntaria o que aconteceu com Duo, que parecia distraído e até meio preocupado. Eles sentaram se na pedra, um ao lado do outro. Duo jogou sua mochila no chão e tirou um caderno com um lápis, e começou a riscar a folha aleatoriamente, fazendo ondas e rabiscos.

- Tem algo que você quer falar não é? Tem a ver com porque você faltou hoje?

- Na verdade sim... – Lem queria falar antes sobre Duo. – ...Mas você parece preocupado com algo. Aconteceu alguma coisa?

- Nada de mais, eu acho. Só um aluno novo. Lilly parece ter se dado bem com ele. Muito bem... – ele começou a riscar o caderno com um pouco mais de pressão, mas Lem não percebeu. Até mesmo Duo não percebeu.

- Mas o que esse aluno fez? Ele ficou te incomodando também? – Lem perguntou olhando-o no rosto, mas ele não se virou pra responder.

- Não, nem falou comigo. A única pessoa com quem ele falou foi a Lilly. Ela ficou reclamando comigo por não falar com ele, disse que nos daríamos bem. Mas não estou interessado em conhecer esse cara. – Duo resumiu a historia sem dizer que o que realmente o incomodava foi ele ter visto o sorriso que Gilbert lhe mostrou antes de beijar Lilly. E principalmente, que lhe incomodava o fato de ele a ter beijado após o sorriso, como se fosse pra fazê-lo sentir ciúme. Mas sobre o beijo ele preferia nem pensar a respeito. Pensar nisso só o faria perceber que estava mais irritado do que confuso pelo sorriso. Após uns segundos de silencio, Duo finalmente virou-se para Lem.

- E quanto a você? Você só vem aqui quando algo te incomoda bastante a ponto de você querer falar a respeito. O que é?

- Eu... – Lem pensava em como começar a falar, pra não deixar o assunto mais estranho do que já era. – Eu vou me casar.

- Casar...? V-Você vai...? Espera, com quem? E... por quê? – Duo arregalou os olhos de surpresa. Ele não sabia bem como deveria reagir àquela informação.

- Meu pai decidiu isso por mim. É por causa de algum negócio estúpido que ele tem com um cara. – Lem fechou os olhos ficando mais irritada agora que tocava no assunto. Victor (ela não o chamava mais de pai nos pensamentos) simplesmente a usou como moeda de negócios? É por isso que tiveram uma filha?

- Mas... com quem querem que você... – Duo hesitou em terminar a pergunta.

Lem ainda com os olhos fechados, suspirou e abaixou a cabeça.

- Shiree... – disse num suspiro baixinho.

- Shiree...? O menino fantasma de ontem? –

Duo só conseguiu dizer isso, e ficou um tempo em silêncio. Quebrado apenas pelo som dele soltando seu caderno e lápis no chão para dar sua atenção à amiga. Ele estava tão surpreso quanto achou que Lem ficara ao receber tal informação. Lem sentia-se mal por saber que tudo que ela podia fazer naquele momento era falar do que aconteceu com alguém para aliviar-se da pressão que estava massacrando sua cabeça agora. Duo não sabia também o que fazer, ou mesmo o que dizer. Ele sabia como era o pai de Lem, e sabia que ele não aceitaria protestos quanto à sua decisão. Ele decidiu ficar em silencio mais um pouco. Mas ficou ainda mais surpreso quando virou seu rosto para Lem e viu que abaixo do rosto da menina, que agora se curvava para o chão segurando as pernas com os braços, haviam pequenas gotas caindo da direção de seus olhos. Duo não estava muito preparado para esse tipo de situação. Nunca antes tivera que cuidar de alguém chorando perto dele, e não imaginava que seria Lem a primeira. Ele sempre a achou muito forte e inatingível, assim como Lilly. Era o que ele mais gostava delas, sabia que elas tinham essa força que ele não tinha pra enfrentar problemas, olhando pra frente. Duo costumava desistir. Já havia parado de se importar em perder. Mas agora, não era ele quem estava pra perder algo.

- Lem, você realmente não pode fazer nada pra mudar essa decisão do seu pai, não é? Mas você não poderia apenas casar logo e depois separar-se dele? Eu acredito que você não quer ficar com ele, ou quer? – Duo falou o único pensamento que lhe passava pela cabeça agora. Levantando o rosto, e passando a palma da mão para se limpar, Lem abriu os olhos lentamente, olhando pra frente, para o nada, e disse em voz baixa, mas firme.

- Não importa o que vai acontecer depois, isso não é o problema, o que me irrita... o que realmente me irrita, é saber que todos sabem mais que eu sobre meu futuro, e saber que eles estão tomando minhas decisões por mim. – ela ainda derramava lágrimas enquanto falava. Duo achou que ela não gostaria que ele a visse assim, e não a olhou no rosto.

- E qual foi a reação do Shiree? – Duo perguntou olhando para o mesmo lugar que Lem.

- Não sei ao certo, ele é difícil de entender. Na frente do pai ele pareceu aceitar só porque sabia que seu pai não aceitaria um “não”. Mas quando conversei com ele a sós, ele estava diferente. Do mesmo modo que ontem... Ele já sabia de tudo. Nós conversamos um pouco, antes do pai dele anunciar o noivado, e ele me disse algo sobre eu ser como uma boneca que podia ser controlada... – isso a deixaria furiosa, mas eram tantas coisas pra sentir raiva que ela preferiu direcionar tudo para a decisão de seu pai.

- Boneca...? – Duo pensou mesmo que Shiree parecia muito exótico, mas agora ele soava mais como um louco mesmo - Sobre o que mais vocês falaram? – Duo virou sua cabeça para baixo agora.

- Ele disse que eu era uma boneca. Ótima forma de jogar na minha cara que ele sabia de tudo antes de mim, e estava se divertindo às minhas custas... – Lem riu sarcasticamente consigo mesma - Disse que eu seria sua rainha. Pensando agora, acho que ele quis dizer sobre eu me tornar sua noiva... E por fim, disse que eu me tornaria seu anjo. Mas eu realmente não sei o que ele quis dizer com essa parte. – Lem se lembrou do quadro do anjo, e entendeu a analogia de Shiree. Ele sabia de mais alguma coisa sobre o futuro dela que ela não sabia, e fez uma nota mental para perguntar a ele sobre isso. – Ele estava se divertindo com aquilo. Ele dizia algumas coisas com um sorriso irritante de superioridade estampado naquela cara... – Lem tentou achar um adjetivo que se encaixasse, mas não conseguiu e desistiu. Ela descansou a cabeça sobre os braços. Ao mencionar o sorriso de superioridade de Shiree, Duo lembrou-se de Gilbert, e isso o irritou. Um tempo de silêncio tomou os dois. Já passava da hora de ambos estarem em casa, e nenhum deles queria explicar o motivo do atraso.

- Você tem certeza que está bem? Desde que chegou me parece meio irritado. Foi só isso que aconteceu na escola? Você ficou irritado com a Lilly? – Lem perguntou a Duo, quebrando o silêncio. Talvez saber mais sobre o amigo afastasse Shiree de seus pensamentos.

- Não sei... Talvez... – Duo pensou um pouco consigo mesmo. Ele devia estar irritado com ela, mas isso não era tudo. Ele queria sentir raiva dela, mas era mais fácil ter raiva de Gilbert - ...Prefiro conferir isso amanhã, quando falar com ela de novo. – Duo justificou apanhando o lápis e o caderno caídos no chão e guardando-os na mochila. Lem aproveitou o momento para levantar-se.

- Acho que devíamos ir embora então. Obrigada por me ouvir. – Lem falou ainda em voz baixa, limpando novamente o rosto para certificar que não sobraram lagrimas.

- Se eu puder fazer algo pra te ajudar, me fala. Se quiser dar cabo do seu amigo de cabelos de prata, eu posso criar algum tipo de armadilha ou algo assim. Só não me peça pra bater nele, isso é com a Lilly. – Lem riu brevemente ao comentário, mas Duo se sentiu desconfortável ao mencionar Lilly. Ele sentia que ela não tinha culpa de nada, mas por alguma razão, a ação de Gilbert causara certa aversão nele contra ambos naquele momento.

Eles se despediram e deram as costas um ao outro. Lem não olhou pra trás, mesmo querendo saber onde era a casa de Duo, ela preferia que ele dissesse quando quisesse que ela soubesse. Ele ainda era muito fechado, mesmo com ela. Duo andou por mais algumas ruas, que aos poucos ficavam mais frias. O clima da cidade era um tanto frio, mas por algum motivo, por entre aquelas quadras que escondiam a casa de Duo, parecia que o frio era mais intenso que em outros lugares. Não tanto agora que o sol estava no centro do céu, só o bastante pra se agasalhar durante as manhãs. Duo foi caminhando um pouco rápido para sua casa, com as mãos nos bolsos da sua jaqueta, e seu gorro na cabeça. Ele não costumava chegar tarde em casa, mas agora que estava quase chegando, pensou que talvez gostaria de passar mais um tempo com Lem.

Lem estava dividida entre voltar pra casa e seu desejo de ficar longe de seus pais naquele momento. Ela pensou por um momento e decidiu tentar relaxar. O melhor lugar para ela fazer isso, era a casa de sua avó, Hana. Sem pensar muito, ela mudou seu rumo, e foi em direção à casa da avó. Nem a sua colina favorita parecia muito empolgante para ela hoje, mas ela sabia que a culpa não era das flores ou do mar. Depois de pouco tempo passando pelas grandes e chamativas casas daquele lugar, ela já podia alcançar com a vista a casa que ela adorava estar. Ela chamou pela avó, que demorou um tempo para atender.

- Oi vó. – a menina disse no tom mais animado que pôde disfarçar para não preocupar a senhora que viera atender seu chamado.

- Lem, porque esta aqui agora? Você não veio ontem, aconteceu alguma coisa? – a senhora perguntou com um sorriso, então Lem sabia que a pergunta era mais preocupação comum de avó do que pressentimento sobre o que andou acontecendo a ela.

- Não, ontem meu pai me chamou pra tomar café da manhã com ele, por isso acabei saindo mais tarde e não deu tempo de passar aqui. – Lem explicou no seu tom casual, usando seus olhos verdes bem abertos para passar a energia que a avó queria ver na menina.

- Você quer ficar lá nos fundos? Eu abro a porta pra você, não sabia que viria, ou já a deixaria aberta.

A porta da sala dos livros da casa de Hana era curiosa. Enquanto a casa tinha um visual um pouco mais moderno, ou pelo menos para Hana, a porta que dava para a sala dos livros era muito velha. Parecia ter séculos. Lem tinha suposições sobre ela ter sido de algum castelo muito antigo, pois até sua chave era diferente. Era grande, do tamanho de uma mão aberta, e adornada com curvas e ondas que se entrelaçavam umas nas outras. Quando ela destrancava a porta grande com os mesmo adornos curvados e ondulados da chave, ouvia-se um clique alto, como um estalo, e então a porta girava pra dentro. Hana costumava deixar a porta aberta todas às noites antes de dormir para que Lem pudesse ir direto para a sala dos livros durante as manhas. A chave ficava guardada sob um piso falso escondido ao lado da porta, o que para Lem, dava um ar empolgante pra sala.

Ela ser tão bem guardada sempre inspirou Lem pra saber o que havia lá dentro, e isso a fazia ter uma forte sensação de que ela não enjoaria nunca daquele lugar. Lem deu um passo adentro da sala e então se virou para sua avó.

- Vou ficar um pouco aqui tudo bem? – ela disse forçando um sorriso, embora já quase não fosse tão difícil agora que ela estava ali começava a se sentir melhor.

- Pode ficar, e me chame se precisar. – dizendo isso a senhora virou-se para voltar aos seus afazeres, mas Lem a chamou de volta.

- Espera vó, posso te fazer uma pergunta? – Lem subitamente teve vontade de perguntar algo a ela.

- Minha mãe... Porque ela se casou com o meu pai? Como eles se conheceram? – ela queria mesmo saber aquilo. Queria saber se o casamento deles fora forçado também, e se fosse, ela poderia ter mais um motivo pra se zangar com Victor, por estar sujeitando ela ao mesmo que ele passou.

- Sua mãe sempre foi tímida e fechada, mas muito vaidosa. Ela quase não tinha nenhum tipo de relação com outras pessoas. Um dia, e eu não sei como, ela conheceu Victor. Ah, mas ela não gostou dele no começo... = Hana tinha uma expressão de que subitamente se lembrava de muita coisa, e parecia quase se divertir com as memórias - ...Mas, pra responder sua pergunta, eles se casaram porque quiseram. Foi uma escolha deles. Eles me pareciam bem felizes no dia do casamento, e foi uma grande festa. Ainda não sei por que quiseram tanto ficar juntos, ele nunca foi do tipo falante, e era de uma família média, que não considerada nobre. Muitas pessoas não gostam dele por isso. Acho que pensaram que ele só quis ficar com a minha Sarah por causa do status, mas ela não via assim. E com o tempo, eu acho que todos mudaram de ideia sobre ele. Com uma ajudinha minha, é claro... – Hana riu um pouco consigo mesma por um tempo – Mas acho que ainda não gostam muito dele. Ele tem aquele jeito quieto e fechado que sempre rende comentários ruins... Pensando agora, Sarah também sempre foi assim, então acho que eles combinavam, e estavam felizes com aquilo... – Hana parecia empolgada com a história, mas Lem não via motivos para empolgação naquele momento, ela ainda queria descobrir algo que justificasse o que Victor fizera a ela. Ela queria outro motivo para não precisar olhar nos olhos dele novamente. E saber que ele escolhera a pessoa com quem passaria o resto da vida, que tiveram ajuda de Hana e um casamento do modo que queriam não ajudava.

- Obrigada vó... Acho que era só isso que eu tinha curiosidade... – Lem preferiu não saber mais do que aquilo. Sua esperança de que saber de algo a faria se sentir melhor se esvaiu. Hana pareceu meio desapontada por saber que o interesse repentino da menina já havia passado, e num ultimo esforço para continuar contando suas historias, ela adentrou a biblioteca e fez um gesto para Lem segui-la.

- Tem algo que pode acabar com todas suas duvidas nesse assunto. Venha aqui querida. - ela foi até uma estante meio empoeirada com livros que aparentavam ser muito velhos, pegou um de capa dura, porém rasgada e mal-conservada, e abriu. Procurou por um tempo algumas folhas, tossindo às vezes por causa do pó que aquele livro acumulara durante seus anos de estadia naquela estante, e finalmente achou a página que queria.

- Tome. Essa é a arvore genealógica da nossa família. A da sua mãe está do lado. Na verdade, esse livro tem a maior parte das famílias dessa cidade. Só as mais antigas. Ele é da época dos fundadores de Ângelo Serale, e todas as famílias tem uma cópia, que mantém atualizadas até hoje sabe-se-lá por quê. Se alguma família que você conhece não está aí, é porque são descendentes de pessoas que vieram pra cá quando a cidade já estava erguida. – a velha parecia divertir-se instruindo a menina com seu conhecimento sobre o assunto. Lem, no entanto, não estava tão interessada naquilo. Era só assunto de velhos. E o pouco ou nulo interesse que ela tinha naquela cidade fez com que ela só folheasse para não ofender a avó, que continuava falando sobre as famílias listadas ali.

- Muitas das famílias originais acabaram se perdendo ou se misturando com outras que chegaram, sabe. Mas algumas permanecem até hoje, ainda ostentando o mesmo sobrenome dos fundadores. Nossa família é uma dessas. Haviam os Noah, os Pioggia, os Dallaluna, os Ilfreddo... – Hana continuava falando, mas Lem não prestava muita atenção. Quando Hana percebeu que já estava falando demais, disse para a neta se sentir à vontade em sua casa, e saiu sem fazer barulho da biblioteca, em direção sua casa. Lem voltou para a página da família do seu pai, e notou que não havia registros dele, ou da família dele na arvore genealógica. Provavelmente, deixaram os registros abandonados por tanto tempo que haviam se esquecido de atualizá-lo. Ver aquilo logo a cansou, e ela deixou o livro no mesmo lugar de onde Hana o tirou antes. Lem pegou o livro que deixara guardado com a marcação da pagina em que havia parado de ler da última vez que esteve ali. No entanto, quando abriu o livro ela se deu conta de que estava cansada e estressada por tanto pensar sobre o que andava acontecendo com sua vida. Ela colocou o livro na mesa onde costumava se sentar para ler, o abriu e cruzou seus braços sobre a mesa, apoiando a cabeça nas folhas frias. Ela estava com os olhos pregados no título do capítulo no qual havia parado: “Contra minha vontade”. Lem deu uma risadinha um pouco antes de fechar seus olhos e cair no sono. 

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