Capítulos (1 de 19) 10 Mar, 2020

Capítulo 7: As ferreiras de 8 patas

A floresta está impregnada por uma nevoa muito cheirosa, por onde o cheiro saboroso passa as flores desabrocham, a grama fica verde e todos as amoras crescem rapidamente. Essa nevoa suculenta vem diretamente da cozinha de Ayala, onde a succubus está preparando uma deliciosa sopinha para a chegada de seu querido marido.

Ayala mexe o caldeirão, tira um pouco da sopa com uma colher de pau e prova o sabor.

- Mimimi! Está quase pronta, agora só falta colocar os últimos ingredientes; pé de coelho, cenoura da caverna, raiz negra e é claro, não poderia faltar os GruGrumelos, que Synth tanto ama.

Após acrescentar os itens que faltavam, Ayala mexe o caldeirão e prova mais uma vez.

- Pronto, agora está do jeitinho que ele gosta.

De repente, Ayala escuta um som estranho vindo do lado de fora de sua casa, acreditando trata -se de uma fera selvagem, que foi atraída pelo delicioso cheiro da sua sopinha, ela se arma com uma poderosa frigideira e parte ao encontro da fera. No entanto, ao abrir a porta da frente, Ayala se surpreende.

- Eu não deveria ter comido aqueles grugrumelos.

Na direção de Ayala voa uma gigantesca baleia rosa, usando um barquinho de papel como chapéu. A gigantesca baleia desce dos céus e pousa a poucos metros da casa de Synth, Ayala fica sem reação perante a cara risonha da baleia rosa. Os pequenos olhos negros da baleia se voltam para Ayala, a sucubus prontamente assume a postura de batalha, segurando sua frigideira.

A baleia novamente faz o seu som estranho, enquanto fecha os olhos e abre a boca. Ayala avista três silhuetas dentro da boca da baleia, porém de imediato ela não reconhece ninguém, é então que um dos individuo diz.

- QUERIDA CHEGUEI!!! - Gritou Synth, saindo da boca da baleia, acompanhado por Leopoldo e Joelsun.

Ayala voa em direção a Synth e o beija – Meu amor, estava morrendo de saudades.

- Eu também, mal via à hora de chegar em casa para abraça-la.

- Leopoldo! Fico feliz em vê-lo novamente.

- Digo o mesmo, ei saca só agora eu também tenho relíquias – O esqueleto ostenta seu novo escudo e espada, igual a uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo.

- Que escudo fofo, ele combina com você.

- Você acha?

- Sim – Respondeu a súcubus, com um sorriso radiante.

- Meu amor – Disse Synth, com Joelsun ao seu lado. - Quero apresenta-la ao novo membro da minha party.

- Então você fez um novo amigo, que noticia maravilhosa! – Ayala aperta a mão do sapinho e diz – Oi! qual o seu nome?

- Eu me chamo, Joelsun Greenfoot.

Ayala se espanta - O que?... Você... É um Greenfoot?

- Sim, o último deles.

- Como, como vocês se conheceram?

- Hahahaha! Não se preocupe, eu contarei todos os detalhes da aventura, mas antes vamos comer. Sniff! Sniff! Ahhhhh! O cheiro da sopa de grugrumelos está me deixando maluco.

- EI! Pessoal – Gritou Vladmir, deitado na língua da baleia.

O grito do tubarão chama a atenção do grupo, que se vira de imediato.

- YEAH! Lembrem -se que eu estarei sempre os observando, só esperando o melhor, ou mais infortuno momento para traze-los de volta ao meu coliseu. Até mais! YEAH!

Logo em seguida, a baleia fecha a boca e vai embora voando. Ayala olha para Synth em busca de uma resposta, o aventureiro diz apenas.

- Esse aí é o Vladmir, é um cara legal.

Enquanto se empanturrava de grugrumelos, Synth contava sua história, sempre com muita empolgação e um brilho no olhar, o que deixa Ayala e todos que o escutavam, fascinados. Synth narrava a épica batalha que travou contra o poderoso Lyde, quando repentinamente lembrou de um compromisso inacabado.

- EITA PORRA! Gritou Synth, de repente.

- O que foi querido? Disse Ayala, espantada com o grito de Synth.

- Acabei de lembrar, as aranhas Leopoldo, AS ARANHAS!

- Aranhas? Disse Joe, confuso.

- CARACA! A gente se esqueceu completamente delas, será que ainda estão vivas?

- Tomara que sim, porque eu não passei por aquele sufoco do caralho para captura-la, pra ter sido tudo em vão agora.

Synth coloca a mão dentro do saco e diz ‘’- Pokebolas’’ Ele então retira dois elmos de mithril do saco. Em seguida, ele dá uma chacoalhada nos elmos e coloca perto do ouvido, o aventureiro vai abrindo um largo sorriso no rosto ao passo, que escuta alguns grunhidos dentro do elmo.

- ESTÁ VIVO! ESTÁ VIVO!

Ayala mesmo assustada, com a cara de louco que Synth fez ao balançar os elmos, não consegue conter a risada – Haha! O que tem de tão incrível nesses elmos amassados, meu amor?

- ISSO! é o meu plano de dominação mundial.

- Nosso – Disse Leopoldo, com os braços cruzados. - Eu te ajudei a captura-las por tanto exijo 50% de todo lucro.

Synth encara Leopoldo, com seriedade - Hum! Andar comigo te deixou mais ganancioso... Estou tão orgulhoso. Depois a gente cuida dessa parte, meu querido... Sócio.

Leopoldo dá um soquinho no coração ou melhor, nas costelas e aponta pra Synth.

- Antes de liberta-las eu preciso saber uma coisa, Ayala você conhece algum feitiço para falar com animais?

- Sim... Se não estou encanada o feitiço é esse daqui – Ayala faz um gesto estranho com as mãos – Piririn Piririn com animais você irá falar.

Após pronunciar as palavras mágicas, uma poeira verde, reluzente, sai das mãos de Ayala e entra dentro de cada um presente na sala de estar. Synth coloca o elmo perto da orelha novamente, agora ele não escutava mais os grunhidos, mas sim palavras de baixo calão direcionadas a ele.

- Seu aventureiro de uma figa, quando eu sair daqui vou lhe arrancar os olhos – Disse uma das aranhas.

- Parece que elas não gostaram de ser capturadas hahaha! – Disse Joe.

- É compreensível – Disse Ayala, sorrindo.

. Leopoldo fique esperto, se elas tentarem pular na minha cara as impeçam, sem mata-las.

- Irei tentar.

Synth equipa as manoplas, segura um elmo em cada mão e, utilizando o poder delas, ele abre os elmos como se fossem ovos. As aranhas caem na mesa de centro, demora um pouco para que seus vários olhos se acostumem com a claridade novamente.

- Onde foi que a gente veio parar, Aracnílda? Disse uma das aranhas, encarando Synth e os outros sentados no sofá.

- Como eu vou saber, passei esse tempo todo presa dentro dessas malditas prisões de mithril, assim como você, Tercílda.

- Não teríamos sido capturadas se você tivesse eliminado esse maldito aventureiro – Disse Tercílda, apontando para Synth. – Sua incompetente, horrorosa, feia, lambisgoia.

- Amiga, reclamar não vai adiantar em nada, nós fomos capturadas agora só restar saber o que eles iram fazer conosco.

- Ahhh! Será que vão comer a gente?

- É bem provável, olha só praquele dali – Aracnílda aponta para Leopoldo. – Ele parece faminto.

Synth, Joe e Ayala caem na gargalhada, junto com as aranhas.

- Pó galera! – Disse Leopoldo, indignado.

- Hahahaha! Foi mal cara, é que essa foi de fude – Disse Synth.

- Aracnílda é impressão minha ou eles estão rindo da sua piada?

- É o que eu tô achando também, Tercílda.

- Sim, é isso mesmo – Disse Synth - Nós estamos rindo da sua piada, Aracnílda.

As aranhas se assustam com à afirmação de Synth – Miga, esse humano acabou de falar comigo?

- Sim, eu estou falando com você, Tercílda. Todos aqui conseguem te entender.

As duas aranhas rainhas se encaram por um tempo, em seguida olham pra Synth, o aventureiro sorrir para tentar tranquiliza-las, porém o seu imenso sorriso as deixou em pânico. Temendo serem devoradas, as aranhas correram gritando para detrás dos elmos.

- A tua cara feia assustou as aranhas – Disse Leopoldo.

- Hã! Falou o deus grego – Disse Synth, em tom de deboche.

- Oh! Obrigado.

- O O O Que vocês querem com a gente? Indagou Tercílda, se escondendo atrás do elmo de mithril.

- Calma meninas, a gente não vai comer vocês ou qualquer coisa tipo. Eu estou interessado no... Leopoldo, qual foi o nome que tu deu praquele manto lá?

- ‘’Teia de prata’’

- Isso, como eu e a dizendo – Synth coloca a mão dentro do saco e retira a ‘’Teia de Prata’’. – Eu estou interessando nisso daqui.

O aventureiro joga a teia no centro, as aranhas saem lentamente de detrás dos elmos e vão em direção a teia.

- Meu objetivo é simples, quero montar uma linha de armaduras feita desse material.

- Mas como você pretender atrair à atenção do consumidor? Perguntou Ayala.

- Isso é simples meu amor, eu e os rapazes iremos fazer grandes feitos ao redor do mundo usando essas armaduras, quando nossa fama estiver no máximo, eu irei lançar a nossa linha de armaduras.

- E você acha que eles vão comprar as suas armaduras?

- Mas é claro, quem não quer se vestir igual ao seu ídolo.

- Você quer que a gente trabalha pra você como ferreiras? Perguntou Aracnílda.

- Exatamente.

As duas dão as costas pra Synth e começam a cochichar bem baixinho, para ninguém escutar.

- O que nós ganhamos com isso? Perguntou Tercílda, virando -se para o aventureiro.

- Bem, um lar aconchegante, comida, proteção, carinho e muito ouro.

As aranhas voltam a cochichar, dessa vez por mais tempo. Synth se aproxima lentamente para tentar ouvir algo é quando as aranhas se viram de uma vez.

- Qual é mesmo o seu nome? Perguntou Aracnílda.

- É Synth Vaporwave e esses daqui são; Leopoldo, Ayala e Joelsun.

- Pois bem, Senhor Vaporwave, eu e minha amiga aceitamos a sua oferta de trabalho.

- ISSO! Gritou o aventureiro.

- Contudo – Retrucou Tercílda – Queremos fazer o símbolo da marca.

- Podem fazer, nós não havíamos pensando em nada mesmo.

Após um cumprimento de patinhas e mãos, o acordo foi feito.

- Pra começar, quero que vocês façam armaduras para mim, pro Leopoldo e pro Joelsun.

- E quanto a ela? – Perguntou Aracnílda, apontando para Ayala.

- Não precisam se preocupar, infelizmente minha querida esposa não gosta de explorar dungeons, com chance de sobrevivência 0.

- Olá! Eu só queria dizer que achei vocês duas super fofinhas, seus olhinhos são tão bonitinhos.

- Hehe! Obrigada – Disse Tercílda, envergonhada.

- Agora terei com quem conversa, enquanto Synth sai pra suas incríveis aventuras – Disse Ayala, revirando os olhos.

- Já que você não precisa de uma armadura – Disse Tercílda. - O que me diz de um belo vestido?

- Oh! Eu adoraria.

- Bom – Disse Aracnílda. - Para fazer as armaduras precisamos comer mineiros; cobre, prata, ouro, diamantes, etc. Quanto mais raro o mineiro, mas resistente será a teia.

- Isso não será um problema para nós.

Synth retira do saco a sua armadura de diamante, as armaduras de mithril, pedras preciosas e bastante moedas de ouro. As aranhas ficam boquiabertas com toda aquela fortuna, ou melhor, banquete à sua frente.

- Temos recursos de sobra, aproveitem.

- Podemos devorar essa armadura de diamantes inteira? Perguntou Tercílda, babando.

- Pode cair de boca.

- Yeaaaaaaah!

Tercilda então começa a devorar a manopla de diamante - Eu também estou louca para devorar esses diamantes, mas antes de começar a trabalhar, preciso fazer uma última pergunta. É sobre o desaine das armaduras, vocês têm alguma exigência? Algo que queiram colocar na armadura?

- Nenhuma, quero que vocês me surpreendam.

- Eu gostaria de manoplas como a do Synth, só que diferente. Tipo, com desenhos de caveiras assustadoras.

- Bom, sobre isso – Disse Joel. – Eu gostaria de fazer um pequeno pedido.

- Pois não – Disse Aracnílda. – Diga como deseja a sua armadura.

Joe então retira um papel de dentro do seu peitoral dourado e entrega para as aranhas, no papel há o esboço do que aparenta ser uma armadura samurai, a armadura possui um desaine único, nunca visto por ninguém ali.

- Este é o esboço de uma autentica armadura Greenfoot, já levei esse esboço para incontáveis ferreiros, porém nenhum deles conseguiu replicar com perfeição o desaine da armadura do meu clã.

- Essa armadura representa um dos 3 princípios do meu clã; A Proteção. Um greenfoot deve proteger a paz e a ordem com o seu corpo e alma. Sem ela eu nunca estarei completo. Por isso, peço encarecidamente a sua ajuda para traze-la de volta à vida.

Após ouvir o comovente discurso do sapinho, Tercílda começa a chorar enquanto enche a boca de diamantes. Aracnílda mesmo sendo a mais duro não conseguiu conter as lágrimas. As aranhas então prometem dar vida a armadura de Joe.

- Perai, perai, perai – Disse Leopoldo. – Joe, o seu clã, era um clã de sapos samurais?

- Sim.

- E você é um samurai também?

- ... Sim.

Nesse momento o maxilar de Leopoldo cai no chão – QUE FODA!!! Eu sou apaixonada por samurais, cara me ensina algum daqueles golpes estilosos que vocês fazem, por favor.

- Hahaha! Eu posso ensina-lo, mas não acho que você vá tirar muito proveito dessas habilidades usando uma adaga.

- E com o meu bacalhau?

- A gente pode tentar hahaha!

- E nesse dia nasceu a lenda do Samurai bacalhau – Disse Synth.

- Perai – Disse Leopoldo, ignorando totalmente a piada de Synth. -Se você é um samurai, então porque não usa a sua katana?

A expressão no rosto de Joe muda, o sapinho fica um pouco melancólico. Após um breve momento de silêncio, ele responde à pergunta de Leopoldo.

- Ao sacar a katana pela primeira vez, nós forjamos um laço inquebrável, a katana se torna parte do meu corpo; carne da minha carne, sangue do meu sangue. Forjado esse laço, um greenfoot não pode empunhar outra arma, que não seja a sua katana.

O sapinho põe a mão na bainha da katana - Empunhar uma dessas lâminas demoníacas exige uma responsabilidade muito grande.... Eu ainda não me sinto pronto para chamar o seu nome.

Joe olha para Leopoldo, que observa tudo com extremo fascínio, por mais que seu rosto inexpressivo não demonstre.

- Cara isso é tão legal, conta mais por favor.

- Hahaha! Contarei, mas num outro dia – Disse Joe. - Já conversamos demais por hoje, todo mundo está exausto.

- Tem razão – Disse Synth. – Vamos dormir.

Antes de ir dormir, Synth realocou as aranhas para sua oficina, onde elas terão mais espaço para forjar. Em seguida, ele parte ao encontro de Ayala, que o espera ansiosamente no quarto, contudo, antes que pudesse se juntar a sua esposa, Joel estava o esperando no meio do corredor.

- O que foi Joel, não consegue dormir? Se quiser eu posso te contar uma história de ninar.

- Não é isso disso que se trata... Na verdade eu queria conversa com você a sós.

- Pois bem, estamos a sós pode dizer o que quiser.

- Eu quero agradece-lo mais uma vez por ter salvo a minha vida e não só, também quero agradece-lo por ter me acolhido no seu lar, muito obrigado.

- Ah! Cara não precisa agradecer, você também já salvou a minha vida então estamos quites.

- E pode ir se acostumando com essa casa, verdinho, agora você faz parte da minha party, da minha família.

As palavras de Synth fizeram joel chorar, aquelas pequenas palavras foram o suficiente para esquentar o coração solitário de Joel.

- Você e Leopoldo foram as primeiras pessoas em que eu pude confiar plenamente.

Joel passa a mão no rosto para enxugar as lagrimas - Prometo nunca te decepcionar.

- Hahaha! Não precisa fazer juramentos Joel, eu acredito na sua palavra, agora vá descansar.

- Sim, Boa noite.

- Boa.

Ao abrir a porta do seu quarto, Synth se depare com Ayala totalmente transformada em sucubus, numa belíssima pose só o aguardando. Ele ficou parado, contemplando a imensurável beleza de sua querida esposa, realçada pelo brilho da lua, que adentra o quarto através da janela.

- A primeira vez que te vi nessa forma, eu já fiquei apaixonado de cara. Tão linda e intimidadora, desde aquele momento eu sabia que iria me casar com você.

Ayala fica vermelha – Seu bobo, por que está dizendo essas coisas do nada?

Synth dá um beijo em Ayala e diz - Porque eu te amo, apenas isso.

- Eu ouvi a conversa que você acabou de ter com o Joel – Disse Ayala, após mais alguns beijos.

- Foi tão bonitinho, quase sair do quarto para abraçar os dois.

- Encontrar um guerreiro como ele foi um verdadeiro presente dos deuses, fiquei muito feliz quando ele aceitou entrar para a party.

- Hm! Hm! Vê-lo assim, todo animado com uma nova equipe, me deixa muito contente.

- É verdade, fazia bastante tempo que eu não ficava assim, Leopoldo, joel...

Synth coloca o seu rosto entre os seios de Ayala - Esses caras me fizeram lembrar de como é divertido se aventurar com os amigos. 

No outro dia, saí da cama antes de Ayala acordar, fui fazer um delicioso café da manhã pra todo mundo. Para o meu querido amigo Leopoldo, preparei uma caneca de leite quente, para os demais, fiz uso das minhas inigualáveis habilidades culinárias para fazer a refeição dos deuses: cuscuz com ovo.

Joelsun resolveu incrementar mais um ingrediente ao seu prato, moscas. Ao abrir o pote onde elas estavam guardadas, uma das moscas voou em direção a caneca de leite de Leopoldo, o esqueleto pega uma colher para tirar o inseto da sua caneca, porém antes que pudesse fazer isso, Joel interviu:

- Não faça isso! Comer moscas traz benefícios para a visão Leopoldo, experimente.

- É Leopoldo – Disse Synth, sorrindo. - Comer moscas é bom pra vista cara.

Leopoldo não deseja de forma alguma comer aquela mosca, por mais benéfica que elas possam ser, mas ele também não quer fazer uma desfeita pra Joe. Leopoldo olha dentro da caneca e percebe que a mosca liberou uma nata nojenta no leite quando morreu, isso só aumentou ainda mais a sua repulsa. O esqueleto aproximava vagarosamente a caneca do seu maxilar, na esperança de que algo o salva-se.

Entretanto, nada o salvou do seu triste destino. Essa foi a primeira vez, em toda a vida de Leopoldo, que ele desejou do fundo de sua alma não ter tomado o leite.

- Tava gostoso? Perguntou Synth, gargalhando.

- O que achou, o que achou? - Perguntou Joe, empolgado.

Era possível ver a mais pura tristeza no olhar vazio de Leopoldo após tomar o leite, demorou alguns segundos para ele recuperar as forças e conseguir responder Joe.

- FANTASTICO! SINTO QUE AGORA POSSUO A VISÃO ALÉM DO ALCANCE!!!

- Hahaha! Eu disse que sua visão iria melhorar, só não achei que seria tão rápido. Enfim, olha eu tenho muitas moscas aqui, então se quiser eu posso dividi-las com você.

- NÃO! NÃO! Tá suave, eu já tô cheio por hoje. Deixa pra próxima, valeu.

- Hummm! Tudo bem, sobra mais pra mim Hehe!

Usando suas teias como se fossem cípos, as aranhas ferreiras chegam na cozinha trazendo uma notícia maravilhosa.

- Bom dia pessoal, como vocês estão? – Disse Tercílda.

- Eae! - Disse Aracnílda.

- Bom dia, querem cuscuz? Perguntou Synth.

- Não obrigada, viemos só pra avisar que as armaduras estão prontas.

- JÁ! Como vocês conseguiram forjar 3 armaduras em uma única noite?

- Experiencia - Disse Aracnílda. – Tivermos de aprender a forja e consertar armaduras muito rápido para podermos nós defender a tempo dos ataques de aventureiros, que invadiam a nossa masmorra.

- Ehhh! E mesmo assim a gente não conseguiu terminar o vestido de Ayala a tempo, nos desculpe?

- Ohhh! Não precisam ficar triste, se quiserem posso ajuda-las a terminar.

- Nós adoraríamos a sua ajuda – Disse Aracnílda. – Porém, queremos fazer uma surpresa pra senhorita.

- Hahaha! Está bem, ficaria só esperando então.

- Ok! Ok! Vamos logo ver as novas armaduras – Disse Synth, tirando o avental com estampa de abacaxi.

A primeira armadura a ser revelada foi a do Synth; para ele as aranhas fizeram uma armadura pesada e bastante brilhante. As ombreiras de Synth são largas e possuem o desenho de uma tocha feita de diamantes, com chamas feitas de rubi. Seu peitoral, estufado e reluzente, carrega o símbolo de um leão dourado segurando um coração de rubi na boca.

- Adorei esse leão bolado, ficou linda demais. O que você acha amor?

- É bonitinho.

- Bonitinho é feio arrumado, isto daqui é belo e moral, perfeito pra descer o pau. Vem cá, a gente ganha algum bônus de set completo?

- Sim – Disse Aracnílda. – Vestindo à armadura completa e isso serve para todos, vocês ganham a habilidade ‘’ Sentido Aranha’’. Essa habilidade vai avisa-los caso alguém tente pega-los gostoso por trás.

- Ohhh! Então agora a gente nunca mais vai precisar se preocupar com batedor de carteira safado – Disse Leopoldo.

Em seguida foi a vez de Leopoldo; para o esqueleto as aranhas fizeram uma armadura leve, para aumentar sua agilidade. As aranhas atenderam o pedido do esqueleto e fizeram manoplas parecidas com a de Synth, porém bem menores e com caveiras de esmeralda em cada uma. A caixa torácica de Leopoldo agora será protegida por um reluzente peitoral, a única parte que ficou de fora foi parte de sua coluna lombar.

As aranhas também craftaram uma bainha cravejada com pedras preciosas, para Leopoldo guardar sua adaga.

- Que maneiro – Leopoldo pega a bainha e coloca na cintura, sem à adaga. – Ficou perfeita.

- Ehhhh! Você sabe pra que serve uma bainha né? Indagou Aracnílda.

- Claro, ela serve pra guarda armas.

- Então por que você não guarda sua adaga nela? Disse Tercílda.

- Porque ela fica melhor na minha cabeça, mas valeu mesmo assim pelo presente.

- Ai! Essa bainha me deu uma ideia genial, imagina uma bainha pra carregar garrafas de leite na cintura?

- Hahaha! Como um leiteiro? Perguntou Ayala.

- Sim, igual aos leiteiros, vocês conseguem fazer?

- Com certeza, não há nada que nós não podemos fazer – Disse Tercílda.

- Sendo assim – Disse Joel em um tom melancólico. - Devo presumir que vocês conseguiram dar vida a minha armadura?

- Be, quanto a sua - Disse Aracnilda, segurando o lençol que cobre à armadura. - Retiramos o máximo de informações possíveis daquele blueprint, mesmo assim muitas partes tivemos que criar do nada, seguindo o estilo de armadura samurai sempre.

- A sua armadura foi a que levou mais tempo pra fazer – Disse Tercílda. - Esperamos que esteja do seu agrado.

As aranhas então puxam o lençol revelando à armadura. Ela não é tão brilhosa como as outras duas e nem possui pedras preciosas, trata-se de uma autentica armadura samurai verde e amarela. O desaine imponente e assustador da armadura Greenfoot faria qualquer youkai tremer só de olhar para ela. Todo mundo permanece em silêncio, apenas observando a reação do sapinho. Joel calmamente pega o elmo samurai, o observa atentamente e começa a chorar.

- Obrigado, vocês conseguiram reviver uma parte da minha alma.

Os Greenfoot acreditavam que à armadura não protegia o corpo, mas sim à alma do guerreiro. Toda a barbaria do oponente era retida no corpo de metal, assim mantendo à alma do guerreiro protegida dos espíritos da guerra. 

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