Capítulos (3 de 9) 14 Jan, 2021

Capitulo 1-5

Ryuga tinha chegado até o local aonde a pessoa misteriosa que tinha mandado a mensagem tinha dito.

A visão por fora não era muito agradável, e muito provavelmente a visão por dentro poderia ser ainda pior.

Era um grande prédio, uma fábrica para ser mais exato, estava faltando muitos muros, era como se nem mesmo o governo se importasse com a existência daquele velho lugar, e estivesse ignorando.

Ryuga não demorou muito tempo, e logo já entrou para dentro daquele lugar completamente abandonado.

Ao entrar, não tinha um único lugar que usasse sistema elétrico para iluminação, toda a energia daquele lugar já tinha sido completamente desligada, se alguém quisesse iluminar aquele lugar durante dias nublados ou durante a noite, teria que recorrer ao uso de velas.

Por instante o Ryuga achou que fosse algum tipo de pegadinha, e que realmente não havia ninguém por ali.

Ele já estava pensando em voltar, e pensar em procurar em outro lugar, mas quando ele pensou isso ele começou escutar alguns barulhos.

Ele pensou em ir mais a fundo, mas logo antes dele começar a fazer isso, ele escutou barulhos de passos.

Ele observou bem ao fundo da fábrica, e uma pessoa estava se aproximando, mas ele não conseguir enxergar direito devido à distância.

Mas logo que ele se aproximou ele conseguiu identificar a pessoa, e era alguém que ele já conhecia, era ninguém menos do que Lael.

“Acho que essa é a primeira vez que você vem atrás de mim, parece que os papeis se inverteram, não é?”

Lael disse com um sorriso em seu rosto, mas por algum motivo Ryuga sentia que aquele sorriso era diferente.

Ryuga não soube o que responder, então apenas permaneceu calado.

“Duvido que você tenha vindo até mim para confirmar se eu cumpri a minha parte do trato”

“Certamente não é por isso que estou aqui”

“E também duvido que você apenas veio parar aqui por acaso”

“Acho que você não é tão cabeça de vento assim”

Ryuga disse fazendo piada com a situação.

“Creio que você está aqui por minha causa então”

Lael disse.

“Sim”

“Não sei como você soube desse lugar, principalmente se tratando de uma ex-hacker como eu, eu poderia muito bem bolar algo para impedir de você chegar até aqui, mas só o fato de você ter chegado aqui é impressionante”

Lael disse, enquanto se escorava em um canto da parede.

“Então... o que você quer?”

“Você realmente deixa as pessoas preocupadas, não é?”

“Hein?”

Lael respondeu, mas dessa vez não estava mais com aquele típico sorriso no rosto, como o de costume.

“Hayato, esse nome para você é familiar?”

Lael mudou bastante sua expressão, mas ela tentou disfarçar, para que Ryuga não percebesse isso.

“Não conheço”

Lael disse, mas pela sua expressão, estava meio claro que ela estava mentindo.

“Mesmo?”

“Ryuga”

Lael o chamou pelo nome de uma forma bastante fria.

“Eu não já te disse para não se meter nos meus negócios?”

Dessa vez ela mudou sua expressão para uma totalmente séria, quase como se ela estivesse irritada com aquilo.

Ryuga se assustou um pouco com a mudança repentina na expressão de Lael, mas ele não recuou.

“Fugindo de tudo assim?”

“Eu já disse, eu não sei do que está falando, e de qualquer maneira, eu não devo satisfação para você!”

Ryuga ficou calado por um momento.

“Então se já acabou, por que não dá o fora?”

Lael balançou a mão, em uma espécie de gestou de quem estava mandando alguém embora.

“Lael!”

Uma voz de alguém veio gritando da entrada.

Os dois ali acabaram olhando para ver de quem essa voz. Quando todos olharam, era Hayato.

“Ah, que droga, seria tão mais fácil se vocês apenas ficassem quietos...”

Lael disse, saindo daquele canto que ela estava escorada.

“Lael, por que você simplesmente sumiu desse jeito?”

Hayato perguntou, tentando saber os motivos de sua amiga.

“Hayato...”

Lael disse abaixando sua cabeça por um momento.

“Me desculpe, mas eu não tenho interesse algum em responder sua pergunta.

“Lael!”

Hayato gritou, mas antes que ele dissesse mais alguma coisa...

“Vocês são realmente muito barulhentos, não é?”

Uma voz veio ao fundo, e mais três pessoas apareceram naquele lugar, pareciam ser conhecidos de Lael.

Um homem alto, com longos cabelos negros, e algumas mechas roxas. Usava um tipo de Haori, e calças pretas.

O outro tinha cabelos curtos, mas um pouco bagunçados, piercings em suas orelhas, e um headphone em seu pescoço. Ele usava blusas vermelhas, mas com um casaco colegial por cima, calças e sapatos que também formaria um conjunto colegial, talvez fosse um delinquente.

O outro tinha cabelos bem curtos também, e usava jaquetas pretas, com detalhes brancos, e calças jeans.

Pelo visto quem tinha dito aquilo foi o delinquente de roupa colegial.

“Quem são vocês?”

Ryuga perguntou.

“O que? Lael não falou da gente?”

O delinquente disse, tirando sarro com a cara de Ryuga.

“se você tentou fazer algum tipo de piada, você precisa melhorar muito”

Ryuga disse.

“Sou Nathan”

Ele disse olhando para Hayato

“E somos os amigos da Lael”

Ele disse como de provocação para Hayato, mas ele não se alterou nem um pouco, e nem ligava para isso.

“E esses são Yun, e Kai”

“Provavelmente vocês devem saber, mas sou Ryuga, não que vocês queiram saber”

Ryuga respondeu.

“Sim, Lael disse de você”

“Pelo visto ela ta se importando mais comigo e com vocês”

Ryuga respondeu, devolvendo aquela provocação que tinha sido redirecionada anteriormente para Hayato.

E pelo visto, Nathan pareceu ter ficado um pouco incomodado com aquilo.

“Você é bem engraçadinho hein!”

O homem alto, de cabelos longos, se aproximou um pouco, de acordo com Nathan ele se chamava Kai.

“Sabe, diferente de Nathan, eu não quero confusão, então como Lael mesmo disse, vocês podem parar de se meter em nossos negócios?”

Kai disse.

“Nossos?”

Hayato perguntou.

“Sim, nós juntos, somos a equipe conhecida como Hacker, e eu sou o seu líder”

Kai explicou.

“E se a gente não tiver afim?

Ryuga retrucou.

“Ryuga!”

Hayato sussurrou para ele.

“Então nesse caso, teremos que colocar vocês para fora a força”

“Então manda ver, quero ver você fazer isso”

Ryuga disse, mesmo sabendo que não daria contar de tanta gente assim.

“Nathan”

Kai disse, dando uma ordem para o seu parceiro de equipe.

“Okay, okay”

Nathan respondeu.

Então Kai, Kin se afastaram e saíram daquele lugar, e foram mais fundo, sumindo da vista de todos, aquele parecia que ela o esconderijo da equipe chamada Hacker.

“Acho que isso vai ser o suficiente, para mostrarem a vocês com o que vocês estão se metendo”

Lael respondeu, mas logo continuou.

“Escutem, especificamente você, Ryuga, não se envolva mais com o lado negro, talvez isso seja o suficiente para você enxergar com o que está se envolvendo”

Lael disse, se afastando também daquele local.

“Você ainda acha que ela se importa tanto com você assim?”

Nathan disse, devolvendo a provocação de Ryuga.

Ryuga pensou se realmente ele deveria enfrentar Nathan, ele realmente parecia alguém que Ryuga não daria conta, e ele nem sabia se Aqua possuía alguma Skill, e se possuía qual era ela, não dava para formar uma estratégia naquele momento.

“O que foi? Você não estava todo confiante? Ou você só sabe falar?”

Nathan respondeu, como uma espécie de provocação para irritar Ryuga.

“Hayato”

Ryuga disse, chamando pelo Hayato.

“Você possui alguma skill?”

“Sim, posso manipular a água, mas tem que ter água presente no local, não posso criar do nada”

Hayato respondeu.

“Droga, dependendo da Skill dele, isso pode ser desvantajoso para nós”

Ryuga disse, enquanto analisava a situação.

Porém ao invés de Nathan partir para cima usando sua Skill que ninguém sabia qual era, ele apenas foi para um canto, e pegou um pedaço de uma barra de ferro que estava jogando em um canto.

“(Ele não vai usar sua skill?)”

Ryuga pensou.

Ryuga não podia apenas ficar parado ali analisando aquela situação, ele precisava fazer alguma coisa, ou então Nathan ia tomar essa iniciativa, então ele resolveu fazer do jeito que ele sempre fazia, apenas partir para cima do adversário.

“AAAAAAH!!!!”

Ryuga gritou enquanto corria na direção de Nathan.

Mas quando Ryuga estava chegando perto de Nathan, já com os punhos cerrados prontos para tentar acertar um soco, Nathan simplesmente largou a barra de ferro no ar.

“Hein?”

Ryuga não conseguiu entender o que ele estava fazendo, ele estava desistindo e o deixando o acertar?

Só que quando os punhos de Ryuga iam acertar o rosto de Nathan, o inesperado aconteceu.

Aquela barra de ferro que Nathan tinha largado, parou no ar, e sem que ninguém precisar segura-la, ela atacou o abdômen de Ryuga.

“O que?”

O ataque que Ryuga levou, fez o seu soco ser interrompido.

“Magnestism Arm”

Nathan disse.

“Esse é o nome de minha skill, qualquer estrutura metálica que eu tenha tocado, eu posso controlar por magnetismo”

Nathan explicou.

“provavelmente você esteja pensando em usar suas correntes elétricas nessa barra de ferro, por mais fraco que seja você deve achar que pode fazer algum efeito em mim”

Nathan disse, enquanto aquela barra de ferro, voava em volta de seu corpo.

“Mas para isso funcionar, eu preciso está segurando-a, certo?”

Ryuga realmente estava pensando em usar algo do tipo, ele tinha abaixado a guarda por um instante para pensar no que ele deveria fazer.

E nesse meio período, Nathan acabou segurando aquela barra de ferro na mão, e acertando a cabeça de Ryuga, fazendo o mesmo perder uma oportunidade.

Hayato começou correr para tentar fazer algo, e socorrer Ryuga.

“Ei! Pare aí mesmo”

Nathan exclamou.

“Se você não quiser ver ele mais machucado, não se intrometa”

Hayato não teve o que fazer além de ouvir o que Nathan ordenou.

Hayato tinha apenas seus punhos, já que naquela situação sua skill era inutilizável. Ele até se dava bem em um combate corpo a corpo, porém o tempo que ele gastaria para corre de onde estava, até Nathan, daria tempo de Nathan fazer alguma coisa, e deixar o corpo de Ryuga gravemente ferido, ao ponto dele não conseguir mais lutar e precisar de um hospital.

Ryuga rapidamente se recuperou do ataque, apesar de ter doído bastante.

“Uma habilidade com certeza interessante”

Ryuga disse, enquanto recuperava o seu folego.

“Realmente, o que torna a sua meio inútil em uma situação dessas”

Ryuga dessa vez se viu encurralado naquela situação.

Diferente de quando ele ajudou Yuko a enfrentar aquela gangue, em que todos possuíam skills que afetavam diretamente o oponente, dessa vez era uma skill que afetava um objeto e não um oponente, o que tornava o Dragon King, um pouco inútil.

“(O que eu devo fazer?)”

Ryuga tentou se afastar, tomando uma distância segura.

“O que foi? Ficou com medo?”

Nathan disse, o provocando.

Ryuga estava tentando pensar em alguma coisa, quando de repente o seu celular que estava guardado no bolso de sua calça, tocou.

“O que foi? Não vai olhar?”

Nathan disse, querendo que ele pegasse o celular.

“Você está zombando de mim?”

“Não se preocupe, não irei atacar enquanto você estiver olhando para o celular”

Ryuga ficou meio em dúvida se deveria ou não olhar o celular, porém ele cedeu, e pegou o celular.

“Hein?”

Ao olhar, era uma mensagem daquela pessoa que o tinha informado sobre a localização de Lael.

???: Parece que você está tendo pequenos problemas

Ryuga então decidiu responder à mensagem.

RYUGA: Quem é você? Como você sabe? E aonde você estar agora?

???: Wow, você parece até um policial que está fazendo um interrogatório a um criminoso.

“Trinta segundo”

Nathan disse.

“Hein?”

“Você tem trinta segundos para termina sua conversinha aí, eu não tenho o dia todo, e já estou ficando com fome”

Nathan respondeu

“Droga”

Ryuga sussurrou.

RYUGA: Você nos atraiu para uma armadilha?

???: Oh, não, eu não faria esse tipo de coisa com uma peça tão importante desse jogo

RYUGA: Jogo?

???: Acho que você não tem muito tempo, mas sugiro que você fuja daí, e volte quando realmente estiver preparado, você não vai conseguir vencer esse cara, não na sua situação atual, se não me ouvir é capaz que você acabe se ferrando por conta disso.

RYUGA: Vai se ferrar!

???: Depois não diga que eu não te avisei

“Acabou o tempo!”

Nathan disse, enquanto já estava correndo em direção a Ryuga.

Ryuga não teve reação, não teve nem tempo de poder guardar o seu celular de volta no bolso.

Ryuga foi acertado com um chute em seu estomago, fazendo ele largar o seu celular, o fazendo cair no chão.

“Ei!”

Nathan disse, enquanto olhava para Hayato.

“Acho que ele gostaria que você guardasse isso”

Nathan disse, enquanto chutava o celular de Ryuga, fazendo ele deslizar até chegar em Hayato.

“O que? É só isso que você pode fazer? Você levar um chutezinho de nada como esses, e você já fica ao ponto de perder a luta? Sinceramente estou bem decepcionado!”

Em uma forma bastante sarcástico de se dizer, Nathan falava como Ryuga que estava no chão. O pé de Nathan estava encima de Ryuga, que o movia devagar para ver se ele tinha alguma reação.

Ryuga tentou se levantar, mas isso certamente não ia funcionar, ele não estava nas melhores condições do mundo, e mesmo se ele conseguisse se levantar, ele acabaria voltando ao chão de uma forma ou outra.

Em um pequeno momento de falha, Ryuga conseguiu rolar para o lado, não era uma distância muito longe de onde ele já estava, mas era o suficiente para que ele se afastasse e se levantasse para se recuperar. Mas quando ele ainda estava no meio do caminho para se levantar, seu corpo estava numa altura que podia se dizer que ele estava quase ajoelhado, uma barra de ferro, que se alguém a segurasse podia se chamar de arma, como uma forma de bastão, acabo voando em uma grande velocidade no rosto de Ryuga, o fazendo cair com tudo no chão. Quem estivesse perto, poderia até mesmo sentir ou compreender um pouco da dor que Ryuga sentiu naquele momento, como por exemplo, Hayato, mas ele não poderia fazer nada, não havia água naquele lugar.

Ryuga caiu no chão, mas pelo menos conseguiu usar seu joelho para se apoiar no chão.

“Quem disse que poderia se levantar?”

A barra de ferro que tinha acertado o rosto de Ryuga saiu voando até a mão de Nathan, e ele a pegou o escorando atrás de seu pescoço.

“Ryuga!”

Hayato gritou, por mais que o chamar por seu nome não mudaria a situação em que eles estavam.

“Bem, Kai não disse que eu precisaria o deixar vivo”

Nathan tirou a barra de ferro de seu pescoço, e seguiu em direção ao Ryuga, e logo o começou a bater em Ryuga, e logo ele ficou em um estado tão horrível, que para ele se mover um único centímetro ele precisaria usar toda a força de seu corpo.

“No final então, você só sabia falar”

Nathan se agacho em frente aos olhos Ryuga, enquanto o olhava já quase sem consciência.

“Escuta aqui, se você acha que irá salvar Lael, pode esquecer, ela já não é dona do próprio destino”

Nathan disse com uma voz fria.

“Mas eu te dizer isso, não o fará querer parar, não é senhor herói?”

Nathan se levantava, enquanto girava a barra de ferro.

“Então deixa, que eu farei você parar, tirando sua vida”

Nathan abriu um sorriso em seu rosto, que de certa forma, era até assustador.

E novamente ele começou a atacar o pobre Ryuga que já estava no chão, quase sem forças, e estava usando suas últimas forças para permanecer acordado. Mas não era como se Nathan ligasse para isso, e após o bater muito, o garoto já estava sangrando muito, e nem ao menos acordado estava.

“O que, já desmaiou? Assim não tem graça, quero que você sinta a dor antes de morrer”

Nathan disse, enquanto se preparava para acabar com Ryuga, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, de uma das janelas daquele grande andar daquela fabrica abandonada, que inclusive estava quebrada, um barulho pôde ser ouvido, um barulho de disparo.

Rapidamente algo tão rápido quanto o vento entrou na sala, e atingiu a perna de Nathan, a fazendo sangrar, e como ele não era nem um tipo de monstro ou algo do tipo, ele sentiu uma dor agonizante, ao ponto de cair no chão.

“AAAAAAAAH!!!!”

Hayato aproveitou a pequena oportunidade para correr até Ryuga, e o colocar em suas costas, para que pudesse o levar para longe dali, mas antes de começar a correr, Hayato começou a olhar em volta, para ver quem tinha disparado aquele tiro ali, e se era intencional ou se era apenar uma bala perdida, mas não tinha ninguém ali além deles, e o único som ao ser ouvido era os ventos que ecoavam ali dentro, os gritos de dor de Nathan e a chuva que tinha começado no lado de fora daquele lugar.

***

Ao sair para o lado de fora, a chuva que não fazia muito tempo que tinha começado, começou a engrossar, e nas costas de Hayato estava Ryuga, que tinha desmaiado enquanto lutava contra Nathan, seu corpo estava em uma condição péssima, ao ponto de precisar levar o jovem garoto para um hospital, e ele não ia ser liberado tão cedo.

“Droga!”

Hayato reclamou, pois ele sabia que por sua causa, eles estavam em meio àquela situação, ele sabia muito bem que se ele não tivesse envolvido o garoto, ele não teria se ferido tanto, e ficado naquelas condições.

Mas ao mesmo tempo ele se fazia uma única pergunta.

Ryuga não o conhecia, não sabia sua história, e nem mesmo de Lael, ele mal sabia quem eles eram, e mesmo assim se propôs ajudar os dois amigos que de certa forma estavam brigados, ele se propôs a ajuda eles fazerem as pazes, chegou ao ponto de enfrentar pessoas envolvida no lado negro, e se feriu gravemente, mas ele não ganharia nada com isso, e Hayato sabia muito bem que Ryuga tinha consciência disso, então por que? Por que ele tinha feito tudo aquilo? Que tipo de louco ele era afinal?

“Seu idiota, por que você se feriu tanto por alguém desconhecido, por que você fez tudo isso?”

A resposta era simples, mais simples do que parecia...

“Seu idiota, você realmente não entende, não é? Não é legal amigos ficarem brigados, e também, por que eu precisaria de um motivo para ajudar alguém que esteja precisando de ajuda?”

Esse era o motivo, a verdade é que não existia um motivo especifico, ele apenas fazia o que era certo, mesmo não sendo um herói.

“Então você acordou?”

“Sim”

Ryuga respondia, com muita dificuldade, sangue saia pelos seus lábios, e sua voz estava fraca e baixa, seu corpo estava fazendo o máximo possível para tentar juntar forças.

“Aguente firme eu o levarei para um hospital”

“Não...”

Com sua voz baixa, ele disse, soltando seus braços das costas de Hayato, e tentando ficar de pé, e de alguma forma ele conseguiu juntar forças para isso.

“Ryuga! Você não está em condições de continuar lutando”

Hayato gritou de maneira preocupado com o Ryuga, que mal conseguia ficar de pé.

“E isso importa? Não importa se estou em condições ou não, isso é algo que preciso fazer, eu não irei desistir de salvar ela!”

Ryuga disse em meio a aquela chuva.

“Eu só preciso descansar um pouco”

Ryuga começou a andar em direção a sua casa, com seu corpo bambeando, que mal conseguia manter o equilíbrio.

“Droga, você é realmente alguém bem teimoso”

Hayato disse, enquanto o pegava pelo braço, para a ajudar a se equilibrar.

“O que está fazendo?”

“Não é obvio? Te ajudando”

“Entendo”

Hayato ajudava Ryuga a andar, até que ele chegasse em sua casa. Não demorou muito até que eles chegassem, os dois estavam encharcados por causa da chuva, que não parava de engrossar, e Ryuga estava sangrando.

Eles subiram as escadas lentamente, mas ao chegarem até a porta de seu apartamento...

“Ryuga...”

Aldy tinha chegado, mas eles não tinham percebido, e assim como eles, ela também estava muito encharcada.

“Olá, Al”

Ryuga tentou disfarçar seus ferimentos, mesmo que ele soubesse que seria quase impossível, e até mesmo sua voz estava tremula.

“Você foi pega pela chuva?”

Ryuga disse, tentando fazer daquela situação algo não tão tenso.

“Ah sim, eu acabei esquecendo meu guarda-chuva quando fui visitar Yuko”

“Entendo”

Yuko fechou seus olhos, e os deixou assim por um momento, até que os enfim os abriu, esboçando um olhar bastante sério.

“Então, o que aconteceu?”

“...”

Ryuga por um momento tentou em mentir ou tentar engana-la, mas ele sabia que isso não funcionaria, ela não era uma garota burra.

“Eu só me meti em uma pequena confusão”

Ele disse rindo um pouco da situação, mesmo que seu corpo estivesse gravemente ferido e em péssimas condições.

Hayato não sabia o que dizer, era a primeira vez que ele via Aldy, então ele não conhecia, e por ser uma conhecida de Ryuga ele não sabia se era certo se intrometer naquela conversa.

“Você se envolveu de novo, não é?”

“Tentar te enrolar não vai funcionar, não é?”

Ryuga disse, enquanto abaixava sua cabeça, e olhava para aquele chão, que estava um pouco molhado por causa da forte chuva.

“Não”

Aldy disse, com um pequeno sorriso bobo.

“Acabei me envolvendo de novo”

“E-Entendo”

“Mas meio que preciso voltar para lá daqui a pouco”

“Você é idiota? Você precisa de um hospital!”

Aldy exclamou.

“Olhe para o meu estado, se eu for para um, eles não me deixariam sair de lá tão cedo, eu só preciso descansar um pouco e estará tudo bem”

“Ryuga...”

Aldy fez um cara bastante zangado para ele.

“Confie em mim, só dessa vez”

“Está bem...”

Aldy concordou, sem saber mais o que fazer.

Ryuga voltou a sua atenção para a porta de seu quarto, ele tentou abrir, mas sua mão começou a tremer, e enquanto ele não percebia, a mão de Aldy pegou a chave que estava inserida na porta.

“Eu disse que ia confiar em você, não que eu ia deixa-lo morrer”

Aldy então abriu o quarto de Ryuga, e o levou até a cama.

“Irei buscar alguns curativos”

Ela disse para Hayato, e deu uma passada em seu apartamento.

***

Já havia algum tempo que Ryuga estava dormindo, e seu corpo estava corpo por curativos, já não estava mais sangrando, talvez ele até conseguiria andar, e se desse sorte, talvez lutar um pouco, por algum motivo que nem mesmo ele sabia, seu corpo acabava se curando bem rapidamente.

Seu celular que estava no canto da cama, acabou apitando, notificando que havia mensagens novas, e sentado no chão perto da cama, Hayato e Aldy estavam sentados enquanto cuidavam de Ryuga.

No lado de fora a chuva não parava nem um pouco, ela ficava cada vez mais grossa, e o céu estava totalmente escuro, e já era bem tarde da noite.

Ryuga acabou acordando, e já se sentindo melhor. Ao olhar para o seu celular, ele viu que tinha notificações, ao pega-lo ele não tinha um olhar muito agradável em seu rosto, pois o dono das mensagens era a pessoa misteriosa.

???: Eu avisei

RYUGA: Você mandou mensagem apenas para tirar onda com a minha cara?

???: Claro que não!

???: Por que eu faria isso?

RYUGA: Me responde de uma vez, quem é você?

???: Sou alguém em que nem mesmo os grupos do lado negro da cidade podem pegar

???: Mas não se preocupe, para compensar, irei te dar uma pequena ajuda

RYUGA: Ajuda?

???: Sim, como Nathan levou um tiro em sua perna, não tem como ele fazer muita coisa contra você, e a skill dele só funciona para objetos que ele conseguiria carregar normalmente, já que exige uma concentração mental bem grande, se você interromper essa concentração, ele se tornará inútil.

RYUGA: E como eu vou fazer isso?

???: Isso já é com você. Kin talvez seja um pouco mais fácil de lidar, a skill dele o permite soltar fumaça pelo seu corpo, fazendo ser difícil de o enxergar.

RYUGA: E aquele tal de Kai?

???: Ele pode ser um pouco mais complicado de lidar, ele pode alterar a gravidade de um objeto, fazendo ele o puxar até ele se necessário, e de Lael acho que você não precisa saber com mais detalhes por agora, Hacker não é tão assustadora quanto parece.

RYUGA: E como você sabe de tudo isso?

???: Eu já disse, logo você saberá e acho que você tem um trabalho a fazer de qualquer forma. Mas uma coisa eu já te digo, se você acha que sou Lael, está enganado, sou alguém que você nunca viu pessoalmente.

Ryuga então guardou o seu celular no bolso, e saiu da posição que ele estava antes, e se sentou na cama.

“Ryuga!”

Hayato se levantou preocupado.

“Por que essa preocupação toda?”

“Olha seus ferimentos...”

Quando Hayato repara novamente os ferimentos de Ryuga, eles já não estavam tão feios quanto antes, ele até que levou um pequeno susto, afinal, como um ferimento daquela magnitude, como podem começar a se cicatrizarem numa velocidade tão rápida quanto aquela?

“Ryuga...”

Aldy disse com uma voz baixinha, quase imperceptível, ela não conseguiu muito bem disfarçar sua preocupação.

Ryuga então pegou o seu casaco que ele sempre usava, era quase como uma marca pessoal dele.

“Ryuga, você realmente precisa ir?”

Aldy perguntou sob aquele quarto escuro, e naquele momento a lua o começou a iluminar, se tornando a única iluminação presente, já que as luzes por algum motivo estavam apagadas, mesmo que não estivessem queimadas.

“Eu não irei desistir de Lael, eu certamente irei salva-la”

“Mesmo que ela não tenha pedido por sua ajuda?”

Aldy apertou seus punhos fortemente, tentando manter sua calma.

“Quem precisa de ajuda, nunca pede por ela, sempre acha que consegue resolver tudo sozinho, quando nunca consegue, e quando vejo alguém que precisa de socorro como foi o caso de Yuko, e agora com Lael, eu não posso ignorar”

Ryuga a respondeu com uma voz firme, e encorajadora

“Você realmente tem que fazer isso? Não precisamos de mais ninguém no hospital”

“Eu sei, mas mesmo assim preciso ir, confie em mim”

“Okay...”

“E também de qualquer forma, não estou sozinho”

Ryuga disse, saindo pela a porta de seu quarto.

“Ei!”

Aldy disse para Hayato, antes dele também sair pela porta. Ele apenas virou o rosto para sua direção.

“Não o deixe morrer”

“Como se eu fosse deixar algo assim acontecer”

E logo em seguida, Hayato também seguiu pela porta de entrada do quarto de Ryuga, para uma Última tentativa de salvar Lael.

***

Lael estava no último andar do prédio daquela fábrica abandonada, era algo que poderia se dizer que seria o terraço, ela não se importava com a chuva, por mais grossa que ela estivesse, talvez ela nem se importava com sua própria vida, ou então ela se importava, mas sabia que não podia fazer nada.

Por alguma razão a imagem de Ryuga não saia de sua cabeça, tinha algo nele que ela talvez gostasse.

E então ele começou a se lembrar de seu passado, antes dela se envolver com tudo isso.

***

Era um dia ensolarada, mas não era nos tempos atuais, esse dia ocorria a muitos anos atrás, em um passado que talvez Lael tentava a qualquer custo apagar.

Uma garota estava sentada em um banco da braça sozinha, de maneira despreocupada, enquanto tomava um sorvete de chocolate. Ela nem ligava muito para Skills, até porque a sua própria skill era bastante fraca. Essa garota tinha longos cabelos rosas, e usava um uniforme de alguma escola, composto por um tipo de blusa social branca, e por cima um casaco com uma gravata, e na parte de baixo, uma saia. Essa garota era Lael Umbra.

Lael olhava para o céu de forma pensativa, mesmo que não tivesse pensando em nada naquele momento.

“Que tedio...”

Lael se levantou do banco em que estava sentada, pegou sua mochila e começou a caminhar, ela não pretendia ir diretamente para casa, mas ela não tinha para onde ir, ela não tinha um rumo para seguir, sem amigos, por ela ser alguém bastante introvertida, e não sabia como se aproximar nas pessoas.

“O primeiro dia de aula é sempre o mais complicado, não é mesmo?”

Ela sussurrou para si mesma, em uma forma de reclamação.

Enquanto ela caminhava, ela acabou avistando um pequeno fliperama, que estava bem antigo por sinal, a placa de fora já estava aos pedaços e quase caindo, se não trocasse aquilo logo ela poderia acabar caindo na cabeça de algum desavisado.

Lael correu até lá rapidamente, por que apesar dela ser uma garota, ela adora vídeos-games, mangás e coisas que geralmente se via garotas gostando.

Ao se aproximar da entrada, antes mesmo de entrar dentro do local, dava para ver que estava lotado de teias, e bastante sujo, parecia que não era limpado a décadas. Mas por mais que aquele lugar estivesse aos pedaços, dava para ver que aquele lugar já guardou muitas histórias, e fez muitas pessoas felizes.

Ao entrar não tinha muitas pessoas por ali, estava bem vazio. Ela escolheu uma das maquinas dali, até que escolheu um antigo jogo de luta que ela gostava, e então inseriu uma moeda e começou a jogar.

A partir do momento em que ela começou a jogar, era como se ela esquecesse todas os problemas do mundo exterior, era quando ela finalmente se encontrava, se sentia bem consigo mesma.

Ela continuou a jogar, até que ele nem percebeu o tempo passar. O céu começou a escurecer um pouco, ao ponto que podia se ver o céu alaranjado do fim de tarde.

Lael olhou para o lado por um momento, até enfim percebeu que finalmente percebeu que tinha ficado tarde.

“Nem vi o tempo passar”

Ela começou então a caminhar de voltar para a casa, não demorou muito, sua casa não ficava muito longe dali, era uma casa bastante pequena.

“Estou de volta”

“Bem vinda de volta”

Uma voz ecoou de um dos cômodos, era a voz a de sua irmã Lea Umbra.

Ao entrar, ela subiu diretamente para o seu quarto, e se jogou em sua cama, sem nem mesmo tirar os sapatos.

“Não sabia que tinha um lugar como aquele”

Lael disse, enquanto mexia em seu celular.

Ela ficou horas daquele jeito, até que sua irmã bateu na porta entrou.

“O jantar está pronto”

“Já vou”

Ao passar alguns minutos, Lael desceu, para jantar com sua irmã.

As duas se sentaram na mesa, enquanto comiam.

“Como foi o dia?”

“Como todo ano, pessoas se gabando de suas skills, e falando de coisas do cotidiano, não que eu me importe com isso”

“Entendo, espero que faça amigos”

Lea disse com um sorriso.

Após o jantar, Lael decidiu tomar banho, e ficou deitada na cama até que caiu no sono, e esse processo continuou a se repetir, sua única diversão era o antigo fliperama, porem um dia as coisas mudou um pouco.

Em um dia normal, enquanto ela passava seus dias normais jogando no fliperama, algumas pessoas acabaram se aproximando.

Era um grupo de três pessoas, e uma delas era uma versão mais jovem de Hayato, as outras duas era uma garota de cabelos curtos loiros, e um garoto de cabelos negros.

“Você joga bem!”

Hayato disse, enquanto tentava chamar a atenção da jovem Lael, que estava concentrada no jogo. Lael acabou se virando para eles.

Ela parecia bastante assustada, pois não estava muito acostumada a interagir com pessoas, principalmente quando se tratava de algum desconhecido, então ela acabou corando um pouco.

“Desculpe, não queríamos ter te assustado”

Lael apenas fez um sinal negativo rapidamente com a cabeça, tentando dizer que estava tudo bem, mas do jeito que a pequena garota era meio atrapalhada, ela não sabia dizer se os garotos entenderam.

“Me chamo Hayato, e esses são Ami, e Ryo.”

Hayato disse se apresentando para Lael.

“Eu... sou... Lael”

Ela disse de um jeito bastante nervosa.

“Meio que a gente já sabe quem você, a garota excluída da 1-C”

“Como você sabe?”

Lael exclamou de forma assustada.

“Meio que somos da mesma turma”

A garota loira que se chamava Ami disse, enquanto soltava uma risada.

“Entendo”

Mesmo sem jeito, Lael tentou dar uma resposta.

“Por que não se torna nossa amiga?”

Ryo disse, em um tom alegre, deixando Lael sem resposta.

“Amiga?”

Lael tinha ficado um pouco corada, ela estava pensando em que tipo de resposta ela devia dar, para ela a resposta já era meio óbvia, ela queria sim aceitar, mas por ser tímida ela não conseguia dar uma resposta, mas antes que ela abrisse a boca...

“Então parece que ganhamos uma nova amiga”

Ami disse, a agarrando pelo pescoço em uma forma de abraço.

“Ei o que você está fazendo?”

Lael gritou enquanto era estrangulada pelo abraço de Ami.

“É sério, me larga!”

Após isso um ano se passou aproximadamente, aqueles quatros garotos viraram grandes amigos, e Lael deixou de ser aquela garota tímida e quieta, sua personalidade mudou consideravelmente, e começou a ser mais alegre e energética, diria que até demais, algumas pessoa até associaria energia ao pensar naquela garota.

Mas ela também acabou se tornando um tanto quanto preguiçosa, e avoada, algumas pessoas a chamaria que ela seria um pouco cabeça de vento, e isso não estaria tão errado assim.

Inclusive, ela estava fazendo isso nesse exato momento, seu sono era tão profundo que poderia ver um pouco de baba de sua boca.

“Lael...”

Hayato disse, ele estava em frente à mesa em que Lael se sentava, era perto da janela, e fica próximo ao fundo da sala.

“Lael!”

“...”

“Lael!”

Ele tentou a empurrar um pouco e a sacudir, para ver se ela despertava daquele sono profundo.

“Umm”

Ela aparentemente estava tendo um bom sonho, com o que será que ela estava sonhando nesse momento?

“LAEL!”

Dessa vez ele gritou com ela, para ver se tinha algum efeito.

“Só cinco minutos”

Ao dizer aquilo, enquanto ainda dormia, conseguiu tirar um pouco da paciência de Hayato, e sem alternativas, ele só pensou em uma solução.

“Você não me deixa escolha...”

Hayato fechou seu punho firmemente, enquanto levantava até a altura de seus olhos para se prepara para acerta um soco alguém, e então com toda a força que ele tinha, ele acertou um soco encima da cabeça de Lael.

“AAAAAAAAI!!!!!”

E com um susto, ela pulou da cadeira, e com um pequeno galo na cabeça.

“POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?”

Ela perguntou gritando, aquele tipo de situação se repetia com tanta frequência, que a turma em que aqueles quatro garotos pertenciam, não se incomodavam mais, afinal, aonde Lael estava, o lugar ia ser rodeado de energia.

“Você não me deixou escolha”

“Você podia ter me acordado de outra maneira, você já pensou em me chamar sem precisar partir para agressão?”

“VOCÊ ACHA QUE EU NÃO TENTEI?”

Hayato disse, enquanto acertava outro soco na cabeça de Lael.

“Parece que o dia começou bem energético, como sempre”

Ryo disse, enquanto chegava na sala, ao lado de Ami.

Lael girou seu rosto até o encontro dos dois, enquanto mantinha suas duas mãos encima de sua cabeça, por conta do soco que recebeu de Hayato.

“Ah, são vocês...”

Lael disse, porém com uma expressão de desanimo em seu rosto, ela tentava se manter acordada, apesar do sono quase vencer.

Eles se aproximaram, enquanto colocava suas mochilas em suas carteiras, normalmente eles sempre se sentavam um perto do outro.

“Parece que você virou outra noite”

Ami disse, mas ela não parecia muito espantada com aquilo, era como se ela já estivesse acostumada com aquilo

“Do jeito que você falou, até parece que você está acostumada com esse tipo de coisa”

“Não é novidade nenhuma você virar a noite assistindo algum tipo de anime novo”

“Ei! Eu não faço isso sempre, e dessa vez não foi assistindo”

Lael exclamou.

“Jogando?”

“Também não”

“Então foi o que dessa vez?”

Lael se mexeu um pouco na cadeira, para tentar colocar sua mão no bolso, e retirar seu celular. Ao pega-lo, ela começou a mexer procurando alguma coisa para poder mostrar a sua amiga.

“O que é isso?”

Ami disse sem entender o que ela tentava mostrar.

“Isso são arquivos de técnicas hackers”

“Hm então você está tentando ser uma hacker?”

Ami disse, encostando a mão na boca para tentar imagina algo.

“Então agora você poder hackear as maquinas de refrigerante para gente?”

Hayato disse, interrompendo as duas.

“Idiota, isso não é para ser usada para coisas errada”

Lael o respondeu, com um olhar de uma gatinha raivosa em seu rosto.

“Pelo menos você tem consciência, então tudo bem, mas por que você se interessou por isso”

“Nenhum motivo, eu só não tinha nada melhor para fazer, e achei que seria algo interessante”

“Isso faz sentido, se bem que você é bem desocupada”

Ami disse, fazendo uma brincadeira com sua amiga.

“Até você Ami?”

“Hihi, desculpa”

Ela disse, juntando as mãos, em um sinal de desculpa.

“Acho que vou voltar a dormir”

Lael disse, enquanto tentava voltar a dormir, mas antes de abaixar a cabeça novamente, ela colou um cartaz uma fita adesiva ao lado de sua mesa, e no cartaz dia: Não incomodar, grata!

“É bem a cara dela fazer algo do tipo”

Hayato disse, enquanto soltava uma falsa risada.

***

Alguns dias se passaram, e Lael já tinha dominado as habilidades hackers rapidamente, ela era do tipo de pessoa que quando gostava de algo, ela não tirava da cabeça por um bom tempo, e isso começou a chamar atenção de algumas pessoas indesejadas. um dia quando ela estava voltando para casa ela foi parada por um homem alto de cabelos longe, era uma versão mais jovem de Kai.

“Você é Lael, certo?”

Kai disse, em um tom que dava a impressão de ser uma pessoa séria e gentil, uma garota comum normalmente seria enganada facilmente pela sua lábia.

“E você é?”

“Kai Zingerb”

“Lael Umbra”

“Então você é tal hacker que andou ganhando fama?”

“E como você descobriu?”

“Você deixa falhas que faça que seja fácil te rastrear, por mais que não seja grande coisa, eu também possuo um pouco de conhecimento hacker”

“Você é da polícia por acaso?”

Kai começou uma risada, que de início parece até que bastante inocente, ele realmente sabia enganar alguém com sua lábia.

“Qual é a graça?”

“Não, não é nada, é que essa é a primeira vez que me confundem com a polícia”

“Então quem é você?”

“Sou um criminoso, um criminoso que trabalha em uma parte da cidade que chamam de o lado negro”

“E você quer que eu trabalhe para você?”

“Apesar da idade, você parece ser uma garota esperta, então você vai ace...”

“Não obrigada”

Lael disse, sem nem mesmo esperar Kai terminar de falar, o interrompendo no meio da frase.

“Você não precisa dar a resposta agora, eu nem estou com muita pressa”

Ele disse, tentando disfarçar seu rosto de envergonhado.

“Eu disse não, obrigada”

“Por que não pensa nisso com mais calma mais tarde?”

“Não, não estou interessada em nada criminoso, em muito menos nesse lado negro, ou sei lá o que!”

Ela disse, continuando seu caminho, passando direto por Kai, enquanto o ignorava.

“Ei espere!”

Ele gritou enquanto tentava a parar e continuou.

“Você pode ganhar muito dinheiro com isso, você não gostaria de ter uma vida melhor? Ficar rica? Ou algo assim? Pense nos benefícios, suas habilidades apesar de serem ainda iniciantes, podem nos ajudar muito, você é uma garota gênio quando se trata de hackear, nós dois podemos sair ganhando com isso!”

Kai tentou desesperadamente parar ela, enquanto tentava a convencer, normalmente um homem belo como ele, não se humilharia de tal maneira, então para ele fazer algo assim, era porque ele realmente precisava das habilidades de Lael.

“Você é surdo por acaso? Eu disse não, agora vê se me deixa em paz!”

Lael disse, já zangada, que era uma raridade, já que ela era uma garota calma e alegre, ela esboçava uma expressão bastante irritada, e continuou seu caminho sem olhar para trás.

“Então vai ser assim? Eu me humilhei desse jeito e você nem ao menos pensou numa resposta, você podia ganhar muito dinheiro sua criança desgraçada, escuta aqui! Eu irei fazer você trabalhar para mim de uma maneira ou outros, eu farei você se sentir uma merda, irei te humilhar, isso não ficará assim”

Kai começou a gritar no meio da rua, fazendo o maior escândalo, mas Lael não se importou nem um pouco com aquilo.

“Droga! Eu preciso dela, eu nem pretendia a deixa-la rica, eu só quero usa-la para acabar com o Freeze, e finalmente dominar o lado negro”

Ele cochichou para si mesmo.

“Mas talvez eu posso usá-lo uma última vez”

Kai tirou seu telefone no bolso, enquanto desbloqueava a tela, e começou a buscar por um certo contato, então começou a ligar.

Começou a chamar, e rapidamente a pessoa que estava do outro lado da linha atendeu.

“Você finalmente lembrou que eu existo?”

Uma voz gentil começou a falar.

“Freeze...”

“Para você finalmente ligar para mim depois de séculos, você deve ta precisando de alguma coisa”

A pessoa que se chamava Freeze disse, em um tom de bastante ironia.

“Como eu queria que você errasse as vezes”

“E então? O que você quer?”

“Tem uma certa garota que eu preciso que ela trabalhe para mim, porém ela não só recusou, mas fui humilhado, dê um jeito nisso!”

“Você é mesmo mesquinho, hein, Kai, é por causa de crianças infantis que nunca levou um não dos pais, que o lado negro ta cheio de lixos que não valem a pena nem mesmo matar”

Freeze disse do outro lado da linha, tentando provocar Kai, mas podia se notar pelo o tom em que ele disse, que ele não foi irônico, ele realmente achava aquilo de Kai e de todas as pessoas parecidas com ele.

“Acho que mais mesquinho que você, é apenas aquele idiota do Nathan, você deu a chupetinha para que ele não chorasse?”

Ele continuou o provocando.

“Cale a porra da boca, e apenas faça!”

Ele disse gritando, mostrando que ele realmente não aguentava uma provocação.

“Okay, Okay, mas isso vai sair caro”

Ele disse em um tom provocativo.

“Que seja, apenas faça!”

“Quem é a pessoa?”

“Lael Umbra”

“Hmm, a nova hacker prodígio”

Freeze parece um pouco feliz com isso, isso notava pelo seu tom de voz.

“Faça isso o mais rápido possível”

Kai disse desligando o telefone.

***

No outro dia, na parte do entardecer, enquanto o céu já estava alaranjado, Ami e Ryo voltavam para casa juntos, pois eles moravam um pouco distante dos outros dois.

“Parece que a Lael realmente gostou daquilo de ser uma hacker e tals”

Ami disse, em uma tentativa de puxar assunto com o seu amigo ao lado.

“Sim”

Enquanto eles andavam, tinha uma pessoa bem a frente deles, mas não dava para identificar muito bem quem era essa pessoa, pois ela estava usando uma máscara totalmente branca, que tinha dois buracos para os olhos, um sorriso na parte da boca, e em sua cabeça uma cartola, o jeito que se vestia parecia até um ilusionista.

“Olá, jovens garotos”

A pessoa mascarada disse em um tom bastante energético.

“Me desculpe, mas quem é você?”

Sem saber quem era a pessoa a sua frente, Ami perguntou quem ele era.

“Oh, me desculpe, aonde estão meus modos?”

O homem de máscara disse, enquanto tirava algo de dentro de seu casaco, era uma pequena varinha, mas ele logo a esticou ela, a tornando uma bengala.

“Me chamo Mr. F”

“Mr. F?”

Os dois repetiram o nome dele em um tom de sincronia, era difícil imaginar alguém que tinha tal tome, e provavelmente não tivesse, era quase certeza que aquela pessoa misteriosa, estivesse mentindo sobre seu nome.

“Não acho que teria uma mãe doida o suficiente para colocar um nome desses em seu filho”

Ami disse, tentando questionar o tal do Mr. F.

“Mas é assim que eu me chamo”

Ami suspirou, desistindo de saber o nome verdadeiro daquele homem, pois mesmo que ela continuasse a insistir, ele não falaria, e não tem porque ele dizer seu nome verdadeiro para uma desconhecida.

“’Enfim, o que você quer com a gente?”

“Queria fazer uma proposta”

Mr. F disse, enquanto mexia na ponta de sua cartola.

“Uma proposta?”

Ryo perguntou.

“Vocês gostariam de ganhar dinheiro fazendo um pequeno trabalho?”

“Acho que qualquer um gostaria de ganhar dinheiro”

“Sabiam que vocês seriam pessoas sábias, mas saibam que ao fazer esse tipo de trabalho, vocês terão que continuar fazendo isso, e nunca mais poderão voltar atrás”

Mr. F disse, mas dessa vez com um tom mais frio.

“Ei Ami, você não acha isso suspeito demais?”

Ryo puxou sua amiga pela mangá, enquanto sussurrava em seu ouvido, com medo de que tudo aquilo pudesse acabar de um jeito bem ruim.

“Eu sei disso, mas você sabe que nossas famílias já não ganham muito, e você disse que queria dar alguma coisa, já que o aniversário da Lael ta chegando, isso pode ser uma oportunidade”

“Eu sei disso, mas será que realmente é certo fazer isso? Quer dizer, aceitar uma oferta de um desconhecido...”

“Está tudo bem, o que pode dar de errado? E de qualquer maneira, a gente ainda temos nossas skills!”

Ami disse, tentando levar para o lado positivo, mesmo que ela ainda sentisse um pouco de medo.

Está certo, vou confiar em você dessa vez”

Ryo disse, enquanto desviava o olhar, para Mr. F, que estava parado na frente dos dois, esperando uma resposta.

“Está bem, a gente aceita”

Ryo disse, mas com um olhar bastante desconfiado, mas Mr. F não parecia se incomodar com isso.

“Magnifico!”

Ele disse fazendo um movimento inusitado com suas mãos.

“E então?”

“Ah, sim, vocês basicamente apenas terão que levar uma mercadoria para um local especifico, mas não deixem que ninguém saiba, e nem que veja a mercadoria, isso inclui vocês, não abra por nada!”

“Para que esse sigilo todo?”

Ryo disse em um tom sarcástico, mas que tinha um pouco do que ele realmente pensava no meio, ele realmente ficou um pouco incomodado com essa precaução toda.

“Isso é sério garoto! Se vocês quebrarem essa ordem, isso não vai acabar de um jeito muito legal para vocês!”

Mr. F disse, porém dessa vez com um tom bem assustador.

“Okay, okay, não precisa ficar com raiva”

“O serviço começa às 22 horas, estejam no local marcado”

Mr. F disse, enquanto se distanciava dos dois.

“Mas você nem falou aonde é”

“Eu irei mandar para vocês”

“Você não tem nosso número”

“Se eu fui capaz de saber quem vocês são, e como encontrar vocês, não acham que eu também sou capaz de fazer algo do tipo”

“...”

Os dois não tiveram uma resposta para aquilo.

“Agora não tem mais volta”

Ami disse, um pouco nervosa ainda com tudo aquilo.

***

A noite do outro dia chegou, já era por volta de 20 horas, e nada do tal do Mr. F entrar em contato com eles, ficou assim por mais 20 minutos, até que finalmente receberam uma notificação avisando o local, e assim como foi dito, quando chegou a hora, eles foram para lá, não era um local muito longe.

“O que será que teremos que transportar?”

Ryo disse em voz alta.

“Eu não sei, e sabe, acho que é melhor mesmo a gente não saber, tenho receio que acabei nos metendo em uma encrenca.”

“Se arrepende?”

“Talvez um pouco”

Ryo não soube muito bem que resposta dar, então ele apenas permaneceu calado, enquanto esperavam a tal mercadoria que Mr. F tinha falado.

Após muito minutos esperando, um carro preto finalmente apareceu, os dois garotos ficaram muitos nervosos, e de lá saiu um homem uma jaqueta de couro, com um olhar muito assustador, ele era o motorista. E dos outros bancos saíram alguns jovens, eles pareciam fazer parte de alguma gangue ou algo do tipo.

“Vocês devem ser Ryo, e Ami, certo?’

“S-Sim”

Ami disse, mesmo que gaguejando um pouco.

O homem de jaqueta deu um sinal para os dois homens, e eles foram até o carro novamente, e abriram a porta mala, e tiraram duas bolsas, e entregaram até os dois garotos. Quando eles seguraram a bolsa, eles sentiram realmente um peso até que grande. E então o homem tirou um papel de dentro da jaqueta, e entregou a eles.

“Esse é o endereço em que vocês têm que entregar, e não se esqueçam, não olhe a mercadoria”

Eles permaneceram calados, mas era mais por medo daqueles caras, do que realmente não saber o que dizer.

Após os homens irem em embora, os dois começaram também a se mover para o local destinado.

“Agora não tem mais volta”

Ami disse, engolindo a própria saliva.

Eles começaram a andar, e foram até o seu destino, e fizeram o percurso inteiro, sem dizer uma única palavra.

Ao chegar, havia duas pessoas esperando, então eles começaram a suar de verdade, e começaram a pensar que não deviam ter pensado em fazer aquilo, e se realmente valia a pena dar um presente a sua amiga com dinheiro sujo.

“Vocês demoraram”

O homem disse de uma maneira bastante fria.

“D-Desculpe”

“Fazer o que...”

Ele disse, pegando a bolsa de volta.

“Parece que fizeram seu trabalho direitinho”

Uma voz disse bastante familiar disse, vindo da rua.

“Você...”

Ryo disse, olhando para Mr. F, que ia se aproximando, e de certa forma, nenhuma dos dois queria ver ele, mesmo que ele só tinha metade da culpa daquilo, já que foram eles que aceitaram fazer isso.

“Obrigado por fazerem esse favorzinho para mim”

Ele disse tirando uma quantia de dinheiro de dentro de seu caso, e entregando para os dois garotos.

“Acho que vocês são realmente dignos de confiança, e estão prontos para começar a trabalhar para mim”

“Ei!”

Ryo exclamou.

“Do que você ta falando?”

“Eu não disse? Uma vez que vocês começassem isso, não poderiam mais sair”

“E você acha que vamos aceitar isso?”

Ami gritou, percebendo no que eles tinham se metido.

“Claro que vão”

Mr. F estalou os dedos, e o homem que tinha recebido a bolsa, a abriu.

Ao abrir podia ver que ela um bolsa que continha toneladas de drogas ilícitas.

“O que acham que vão acontecer se a polícia ou até mesmo seus pais descobrirem? Olhe para as câmeras do prédio, elas captaram tudinho”

“Seu desgraçado! Você armou tudo isso?”

Ryo rugiu de uma forma que podia se dizer que faltava pouco pare ele partir para agressão.

“Vocês são mais espertos do que eu pensava”

“Desgraçado!”

Ryo em uma tentativa de agredir Mr. F, ele pulou encima para tentar um soco, mas foi em vão, pois com sua bengala ele atingiu a barriga de Ryo, como se fosse um golpe de espada, o mandando contra a parede do prédio, o derrubando.

“Se já acabaram, espere que sejam bons servos, e nem pensem em não me obedecer ou fugir, isso não vai acabar bem para vocês”

Após um tempo, os dois ficaram sozinhos ali no meio da noite, querendo ir embora, mas o corpo deles não se mexiam

***

Alguns meses se passaram desde o acontecimento com Mr. F, e Lael estava em sua carteira no horário de intervalo, mas por algum milagre, ela não estava dormindo, ao invés disso, ela estava olhando para Ami e Ryo, que não parecia muitos animados.

“Ei Hayato”

“O que foi?”

“Esses dois não parecem meio cansados?”

“Agora que você falou, já tem um tempo que eles estão assim”

Hayato disse, colocando a mão no queixo.

“Ei vocês dois!”

Lael disse cutucando a bochecha dos dois.

“Ah, Lael, o que foi?”

“Vocês estão bem?”

“Sim, não se preocupe, só precisamos descansar um pouco”

Ami disse com um falso sorriso em seu rosto.

“Se você diz...”

Lael disse, os deixando em paz, ela não queria os incomodar, e preferiu deixar que os dois falassem por conta própria quando estivessem melhor.

Mais tarde enquanto ela voltava para casa, quase no lugar em que morava, ela foi novamente incomodada por alguém que ela não queria ver de novo, Kai, a pessoa que queria a toda custo fazer Lael trabalhar para ele.

“Olha só o que temos aqui?”

“O que você ta fazendo aqui?”

Ele disse com um falso sorriso no seu rosto.

“Me deixa em paz, e não estou com paciência para falar com você!”

Ela disse passando direto por ele, o ignorando completamente.

“Ah, mas acho que você vai querer ouvir o que tenho a dizer, você não gostaria de saber o que aconteceu com os seus amigos? Ryo e Ami?”

No instante em que Lael ouviu o nome dos dois, ela parou imediatamente.

“O que você fez com eles?”

“Eu não fiz nada, são eles que começaram a mexer com coisas erradas!”

Kai disse, com toda a felicidade do mundo, enquanto apontava o celular para ela, com um vídeo aberto, aonde os dois espancavam um estudante.

Nessa hora, tanto o celular de Kai quanto o de Lael começaram a tocar ao mesmo tempo, os dois simplesmente atenderam.

“Ora Kai, por que você não para de ser tão mesquinho e para de incomodar os outros?”

A pessoa que estava no outro lado da linha era Freeze, que tinha ligado para os dois ao mesmo tempo.

“Freeze!”

Kai disse, em um tom que não parecia que ele estava muito feliz em ouvi-lo.

“Por favor deixe a garota em paz por um tempo”

“Droga!”

Kai reclamou, enquanto desligava o celular, e ia embora sem dizer uma única palavra.

“Desculpe os maus modos dele, minha cara”

“Você o conhece?”

“É difícil ter algum membro de gangue que eu não conheço”

“O que você quer?”

“Bom, você está preocupado com seus amigos, certo? Eu posso ajudá-la e contar o que aconteceu, e o preço é bem pequeno, você apenas vai ter que fazer um pequeno serviço para mim”

Lael não parou nem para pensar em uma resposta, a resposta que ela deu foi imediata.

“Me diga logo, eu faço qualquer coisa se for para ajudar aqueles dois!”

Lael gritou.

“Bem, basicamente Kai contatou um criminoso da cidade para fazer seus amigos entrarem nesse mundo que não deve ser pisado por pessoas normais, apenas para te humilhar e fazer você trabalhar para ele”

“O que?”

Lael cerrou seus punhos.

“Porém talvez com esse meu pequeno serviço eu posso ajudar você, haverá uma disputa entre duas gangues hoje à noite, e o responsável por fazer isso com seus amigos estará lá, essa sua chance, e meio que eles roubaram um de meus carros forte, então nós dois saímos ganhando”

“Certo, eu farei”

Lael disse, sem ter a menor ideia de que ela estava apenas sendo enganada, para fazer algo que sem sombra de dúvidas se arrependeria.

“Irei te enviar os dados de quem são as pessoas, e um de meus capangas irá te buscar”’

Então Freeze desligou o celular sem nem mesmo despedir.

***

A noite tinha chegado, e já fazia um tempo que Lael estava se preparando psicologicamente para isso, ela ainda não conseguia acreditar no que seus amigos tinham envolvido, ela só sabia que ela precisava salvá-los, mesmo que precisasse matar os responsáveis por isso.

Ela desceu até a entrada de sua casa, e tinha um homem esperando, e ao mesmo tempo seu celular começou a tocar, ela sabia que era Freeze, até porque não tinha ninguém que a ligaria a essas horas da noite.

Enquanto ela seguia até o carro, colocando o celular no ouvido, o homem a entregou uma máscara.

“Escute, use essa máscara, mesmo que você consiga fazer algo, seu rosto não pode ser exposto, se as câmeras o captarem pode se tornar um grande problema depois”

“Certo”

Lael disse com uma voz tremula.

“use se necessário, eu não serei responsável por sua segurança, a partir do momento que você pisar lá, mesmo que você esteja acompanhada, é você que será responsável por sua própria vida”

O homem disse, enquanto lhe entregava uma arma para Lael.

“Eu sei, eu sei”

Lael disse, como uma espécie de reclamação, enquanto entrava dentro do carro, e colocava a máscara. E logo após alguns minutos, o homem que dirigia o carro a entregou uma fotografia com duas pessoas que também usavam máscaras, elas pareciam bastante jovens, mesmo usando máscaras podia se notar que tinha aproximadamente a idade de Lael.

“Esses são as pessoas que você está atrás”

Lael apenas ficou observando a foto, até chegarem ao local, que não demorou muito também.

Ao chegar ao local, já estava um caos, e trocar de tiros já tinham começado, inclusive os alvos de Lael estavam no meio, e pelo visto a gangue que eles pareciam pertencer, parecia está se dando melhor.

Lael tentou abrir a porta, mas o motorista a interrompeu.

“Espere!”

“A gente não vai descer?”

“Não agora, se entramos, a chance de sermos mortos é bem alta, iremos esperar até que só tenho um lado sobrando”

Lael não disse nada, pois o nervosismo tomava conta de seu corpo, ela achava errado simplesmente tirar a vida de alguém, mas ela faria qualquer coisa para ajudar seus amigos.

Após algum tempo sentados ali, finalmente tinha acabado, e só tinha um lado sobrando, e o lado vencedor foi justamente o dos alvos de Lael.

“Vamos”

O motorista disse abrindo a porta severamente, e Lael fez o mesmo, pegando sua arma, e seguindo para fora do carro.

Não tinha muitas pessoas restando, talvez seriam no máximo doze, isso contando com as duas pessoas em que Lael estava atrás.

O homem carregava uma grande metralhadora, enquanto Lael apenas um revólver de calibre 38.

O homem sem pensar duas vezes, apenas começou a atirar nas pessoas a sua frente, dando espaço para Lael avançar. Ela atirou nas pernas, a intenção era de matar no primeiro tiro, mas o nervosismo a fez ela acabar errar.

Em resposta eles atiraram de volta, e isso o fez ela ajoelhar em resposta a dor, os dois miraram nela para acabar em sua vida, mas ele não queria morrer ali, ela queria salvar os seus amigos mais que tudo, e inconscientemente sua skill acabou evoluindo, fazendo voltarem neles, e Lael deu mais dois tiros, e dessa vez os acertando, e lentamente eles caíram.

“Lael...”

Foi a resposta das duas pessoas, enquanto caia lentamente, e isso chegou aos ouvidos de Lael, e as vozes das pessoas eram bastante familiares.

“Não, por favor, que eu esteja enganada!”

Ela disse, enquanto corria em direção aos dois corpos caídos ao chão, ao aproximar, ela tirou suas máscaras.

E ela teve a maior surpresa que ela teve em sua vida, o rosto das duas pessoas era de seus amigos Ami, e Ryo.

“Não...”

Lael disse, enquanto retirava a própria máscara.

“Lael...”

Ami disse, enquanto sangue escorria de sua boca.

“Não, por que? Me disseram que as duas pessoas mascaradas eram as responsáveis por envolver os dois, mas por que eram vocês?”

Lael perguntou, enquanto começava a chorar, em meio ao seu arrependimento.

“Agora eu entendo”

Ami disse, com sua fraca voz.

“Esse lance de oportunidade fácil, Mr. F, nós ficamos presos nessa merda de lado negro, e agora você aqui...”

Ami cuspiu um pouco de sangue pela boca com uma pequena tosse.

“Nós desde o começo fomos peças de um jogo”

Ryo disse.

“Exact!”

A voz de um homem suou, enquanto os três garotos viravam os seus rostos, para ver quem era. Era Mr. F, acompanhado de Kai, a pessoa que estava atrás de Lael, e quando eles se aproximaram, de longe, um carro todo preto, que não dava para ver quem estava dentro apareceu.

“Parece que eu cheguei bem na hora”

O homem do carro disse, e pelo visto o carro tinha um auto falante, o tom da voz era o de Freeze.

“Como Ryo mesmo disse, vocês apenas eram uma peça para destruir Lael”

Mr. F disse, e ele parecia gostar muito daquela situação.

“Por que?”

Ryo perguntou, enquanto usava suas últimas forças para permanecer vivo.

“Eu contratei Freeze para fazer isso, e tudo isso porque você recusou a oferta de trabalhar para mim”

“Seu...”

Lael disse, enquanto largava Ami de seus braços, e ia para cima de Kai, mas ela foi recebida com um chute em seu queixo.

“Isso é para você saber o que acontece quando alguém se recusa a aceitar uma oferta minha, assim como acabei com esses dois, eu posso acabar com todos que você ama!”

Kai disse, abrindo um enorme sorriso, já que ele já tinha conseguido aquilo que ele queria.

E Lael tinha se tocado, que no momento que ela recusou a oferta dele, sua vida tinha acabado, não, talvez a sua vida tinha acabado no momento que ela tinha decidido se tornar uma hacker.

“Acho que você já pensou na sua resposta, não é?”

“Sim...”

Lael disse, abaixando sua cabeça, pois ela sabia que nada que ela fizesse mudaria alguma coisa, seu destino já estava traçado, eles estavam apenas em três, e dois deles estavam minutos para morrer.

“Saberia que escolheria a resposta certa, acho que vou indo, me encontre aqui daqui um mês, no mesmo horário, agora pode se despedir dessas duas peças, não sou tão cruel ao ponto de não a deixar fazer isso”

Kai disse, mas ele estava se segurando para não cair na risada.

“Vamos indo então, Kai, não é porque te ajudamos dessa vez, que você pode fazer o quiser, se você mexer com nossos negócios, você certamente irá se arrepender, apesar de sermos antigos colegas”

Freeze disse, mas com um tom bastante sério. E então Mr. F se aproximou do carro, e entrou no banco do passageiro. O outro homem voltou para o carro, e também foi embora, enquanto Kai voltava a pé, deixando os três garotos sozinhos.

“Ami, Ryo, me desculpem...”

Lael disse, enquanto chorava, e se segurava para não ir atrás de Kai por ter humilhado seus amigos de tal maneira.

“Não, está tudo bem, meio que temos culpa, pois fomos a gente que aceitou participar disso, se bem que não sei se recusar seria uma opção que ele permitiria”

Ami disse, já quase ficando desacordada.

“Lael, não se preocupe com a gente, você deve agora se preocupar em tentar achar uma maneira de sair dessa de um jeito algum dia, assim tudo isso não vai ser tudo em vão”

Ryo disse, enquanto olhava fixamente para sua amiga.

“Sim...”

“E Lael, essa pode ser minhas últimas palavras, mas pensem muito bem nelas”

Ami disse enquanto tossia.

“Um dia, você vai encontrar alguém, alguém que é idiota o suficiente de fazer tudo para salvar alguém que precisa de ajuda, mas que não é capaz de p

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