No dia seguinte:

Kagaya havia dormido no sofá do apartamento de Lalisa, já que ela não estava esperando que alguém iria passar um mês inteiro em sua casa não deu tempo de preparar nada. Ao acordar, o jovem vampiro nota que Lalisa não estava no apartamento, e então se levanta para averiguar melhor. Andando pelo apartamento, o qual era até que bem bonito, uma decoração agradável e a gama de cores bem aconchegante. O apartamento era dividido na parte de baixo, onde ficava a cozinha e a sala, e a parte de cima era o quarto da garota, onde ficava sua cama e o berço da bebê. Era de certa forma pequeno na questão da largura, porém sua altura era surpreendente.

Kagaya após acabar de vasculhar o apartamento foi para o sofá, onde se sentou para esvaziar um pouco a mente, se perguntando por que quis ficar ali. Geralmente ele apenas dá o aviso para que não liguem para polícia e em seguida ameaça, após isso vai embora. O garoto fica um tempo pensando nisso, até que seu pensamento é interrompido pelo seu celular chamando. Ele então o pega, e assim atendendo, quando escuta a voz da pessoa que o contratou para matar Lalisa, ao telefone, o mandante pergunta se o trabalho estava completo, para que evitasse de o mandante ir atrás de seu alvo sob proteção, ele apenas diz que sim. Após a pequena conversa se encerrar, Kagaya desliga o celular e se espreguiça no sofá, com uma feição de tédio, seus pensamentos voltavam a ficar dispersos.

— Será que foi uma decisão inteligente?... Oque será que tem nessa menina tomate que me fez mudar de ideia? Bom, de qualquer forma eu não vou mais ficar entediado, vamos ver o que a vida me proporciona. - Pensou em voz alta.

Algumas horas se passaram, e então Kagaya escuta alguém abrindo a porta, era Lalisa, com a pequena Kamille no colo e algumas sacolas de compras. A jovem ruiva entra no apartamento, colocando as compras em cima do balcão, e a menininha no chão perto dos brinquedos. Dava alguns passos até chegar no quarto, e lá se deparava com a cena de Kagaya fazendo um “desenho” no chão com suas roupas, gerando um sentimento de confusão e raiva ao mesmo tempo, por não entender a situação, e ela ver suas roupas estiradas no chão.

— EI! SEU---. - Lalisa dava um grito, porém tampava sua boca antes de completar a frase, soltando um longo suspiro, e voltando a falar. - O que diabos você está fazendo?

— Uma obra prima! - Respondia em um tom de entusiasmo.

Briga pra lá, sermão para cá, acabou que no fim Lalisa obrigou Kagaya a limpar todas as roupas e as dobrar. Por mais que fosse algo estranho de acontecer, já que no dia anterior o vampiro revelou ter sido contratado para matá-la, aquilo tudo acontecia de forma natural, como se ambos já fossem amigos a muito tempo. Após cerca de uma hora passar, Kagaya já havia finalizado os serviços, e então se sentou no centro da pequena sala de Lalisa, enquanto a garota estava na cozinha com sua filha, preparando a comidinha para a bebê.

— Deve ser triste viver aqui sozinha né? - Disse Kagaya.

— Não estou sozinha, tenho uma ótima companhia comigo. - Lalisa responde, enquanto olha para sua filha.

— Que melosidade, credo.

— Mimimi, quem deve ser triste aqui é você, uma pessoa que é paga para matar outras pessoas, você não deve ter tantos amigos.

— Tenho mais do que eu queria.

— Hum... ei, Kagaya. - O tom de voz de Lalisa diminui, mostrando algo meio melancólico.

— Fala.

— Você não pode mesmo me contar quem te pagou para me matar?

— Bom, poder eu posso, mas isso vai contra as regras de um assassino de aluguel.

— E desde quando assassinos tem regras?

— Um assassino comum não tem regras, um assassino de aluguel segue um código, é bem mais profundo do que você imagina.

— Humpf... - Bufou meio zangada por não obter a resposta que desejava.

Lalisa voltava sua atenção para o que estava fazendo, pois, a bebê demonstrava sinais de que iria chorar devido a fome. Pouco tempo depois, Lalisa finaliza a comidinha, se sentando em uma das cadeiras da cozinha, para alimentar sua filha. Enquanto isso Kagaya permanece sentado no sofá, mexendo em seu celular para passar o tempo. Passando um tempo, Lalisa escuta alguém batendo em sua porta, ficando meio receosa, já que não estava esperando ninguém, e muito menos havia pedido algo on-line, deixou sua filha sentada no chão e foi até a fonte do barulho, lentamente abrindo a porta. Do outro lado da porta havia um homem alto e corpo musculoso, seus ombros eram tão largos que parecia inviável de atravessar a porta, Lalisa o via de baixo, tendo uma visão tenebrosa de seu rosto que aparentava ser sério, era realmente um clima bem pesado. Porém repentinamente o clima é quebrado, aquela expressão assustadora se tornava um sorriso gentil, e o homem se abaixava um pouco para falar com Lalisa.

— Com licença jovem moça, você sabe me informar se o Kagaya está aqui? Pelo que ele me disse no celular esse era o endereço. - Diria com um tom de voz grave, porém gentil.

Lalisa não conseguia disfarçar o medo que estava do homem, porém essas últimas ações dele a acalentaram um pouco, e então puxando ar e o soltando, pronto para responder, porém é abruptamente interrompida por Kagaya.

— Kuroooo!!! - Kagaya corre até a porta, bem animado. - O que faz aqui irmão?

— Bom, eu queria ver como seu antigo alvo está com você vivendo aqui com ela, aposto que não é nada agradável! - Diz Kuro, com um tom de voz irônico seguido de uma risada3.

— Ah qual é, é impossível alguém não gostar de viver comigo.

Enquanto ambos conversam ali na porta, Lalisa está segurando sua filha, extremamente confusa com a situação. A conversa não durou muito, Kuro se apresentou para Lalisa e vice-versa, logo indo embora. Lalisa havia achado Kuro uma ótima pessoa, embora sua aparência fosse assustadora, a jovem Kamille em especial gostou muito do garoto, rindo toda vez que ele fazia alguma careta.

Era um belo momento de paz, porém algo parecia estranho, no prédio vizinho ao de Lalisa, mais especificamente o que se encontra em frente ao dela, havia duas figuras no topo, uma masculina e uma feminina, observando com um binóculo o apartamento de Lalisa, focando principalmente em Kagaya. A garota possuía um cabelo longo avermelhado, com várias mexas da cor preta por toda sua extensão, olhos verdes como uma pedra de jade, e um sorriso largo que percorria de ponta a ponta em seu rosto. Já o garoto possuía uma feição mais séria, cabelos de cor lilás e olhos de mesma coloração. Ambos não aparentam ter alguma relação sanguínea, muito menos amorosa, pois é visível que eles não desejavam estar juntos nessa situação, porém era algo necessário.

— Quando iremos atacar? Eu quero ver se ele é tudo isso que dizem! - a garota diria em um tom animado, enquanto batia uma mão na outra.

— Não seja afobada Lorena, apenas espere o momento correto... se for tão direta para cima dele, certamente irá morrer. Apenas aguarde, e o prodígio da casa Drácule logo será derrubado. - O garoto responde.

— Hum... está bem..., mas só porque você é o inteligente dessa operação, Hikigaya, não vá achando que tem total vantagem da situação, seu metidinho de merda!

Continua....
Próximo Capítulo: Assassinar o Assassino.