Capítulos (1 de 7) 31 May, 2023

Capítulo 5- Os Hellsing

Enquanto ambos conversavam, Kamille estaria sentada ao lado da perna de Kagaya, usando um de seus brinquedos para ficar batendo na perna do garoto. O tempo foi se passando, até que...

A campainha do apartamento ressoa pelo local, chamando atenção de Lalisa, que rapidamente empurrou Kagaya para seu quarto, o trancando lá, logo respirando fundo e dando algumas batidas em sua roupa, que era composta por um vestido amarelo, com desenhos de rosas suavemente clareadas por toda sua extensão, o vestido se estende até um pouco abaixo do joelho, e uma das pernas fica exposta através de uma abertura do vestido, seu decote é feito sob medida para o busto de Lalisa, deixando seus ombros sutilmente tampados, porém sua clavícula totalmente exposta. Acompanhado do vestido, uma rasteirinha de coloração semelhante a roupa.

Com alguns passos lentos e nervosos, Lalisa chegou perto da porta, já segurando sua filha em seus braços, levando a mão até a maçaneta e lentamente a abrindo, o clima tenso era quebrado repentinamente com uma mulher com aparentemente 30 anos saltando em cima de Lalisa, com um abraço apertado na garota, tomando cuidado para não a derrubar e nem machucar a criança, logo atrás, um homem com uma idade semelhante a mulher, trajando uma roupa mais casual, porém escolhida a dedo para essa ocasião, acompanhando de si um sorriso calmo.

— Ohhhh, minha querida, a quanto tempo! Como está diferente, mudou o estilo do cabelo? - Dizia a mulher com uma voz ligeiramente rouca e suave. Estava vestindo uma blusa sem mangas e gola fechada, com uma cor azul e detalhes esverdeados, acompanhando a blusa, uma minissaia de coloração idêntica, mostrando ser parte do conjunto. De complemento, a mulher estaria com um salto alto preto, e uma bolsa um pouco mais clara que sua roupa, e mantinha seus cabelos ruivos presos em um coque.

— M-mãe! Não precisa me apertar tanto... - A voz de Lalisa sai um pouco abafada.

— Querida, vai sufocar a Lalisa assim, vá com calma. - Disse o homem, aparentemente pai de Lalisa. - Mas não tiro a razão de sua mãe, você realmente está diferente..., mas não sei dizer o que exatamente mudou.

— Sejam bem-vindos ao meu apartamento... por favor, não liguem para bagunça... - Diria apenas da boca para fora, pois o apartamento estava exageradamente limpo.

— Como você está meu amor? - A mulher diz enquanto calmamente adentra o apartamento, junto de seu cônjuge.

— Ah, eu estou bem, tudo tem ido bem ultimamente... E como estão as coisas com meus irmãos que ainda moram com vocês?

— Estão muito bem, todos estão se esforçando bastante ultimamente, teremos um evento importante em breve! - Diria a mãe com um tom de voz empolgado.

— Entendi...

— Fiquei sabendo que sua irmã veio te visitar esses dias. - O homem se senta no sofá, com os dedos entrelaçados e os braços apoiados nos joelhos.

— Bem... sim, mas não acho que foi bem uma visita... as coisas ficaram meio... bagunçadas.

Enquanto a conversa acontece, Kagaya estaria apoiado na porta, com a mão na boca e no nariz, suando frio e tentando não dar sinal nenhum de vida. Assim que ambos entraram no apartamento, o garoto sentiu o cheiro. Para ele era impossível não reconhecer, aqueles eram os líderes da casa Hellsing, William e Eleanor Hellsing. Kagaya sabia que se descobrissem sua existência no apartamento, seria morte certa, pois era inviável enfrentar contra os Patriarcas de uma família. O desespero corria por todas as células do corpo do garoto, sua respiração pesada estava sendo abafada pela sua mão, e toda sua sanidade se esvaindo pelas simples presenças dos vampiros.

— Filha, tem recebido visitas ultimamente? - Diria William, enquanto olha o apartamento de uma ponta a outra.

— Hm? Não pai, por que acha isso? - Diria Lalisa com um pouco de preocupação, porém conseguindo manter a seriedade na fala.

— É apenas uma pergunta, é natural pessoas receberem visitas de amigos. - William mantinha um sorriso calmo e gentil, com ambas as mãos por cima da perna, a qual estava cruzada com a outra.

— Algumas amigas do trabalho vieram aqui ontem e hoje mais cedo, apenas isso.

— E como minha netinha está? Eu estava tão animado para vê-la! - O tom de voz de William mudava para um tom alegre.

— Ah... Ela está na cozinha com a mamãe.

— Huh... Okay, eu vou lá então. - Após falar, o homem se levantou, indo em direção a cozinha.

Lalisa permaneceu na sala, incomodada com o pensamento de seus pais notarem Kagaya no apartamento. A garota não tinha muita noção sobre a rivalidade entre os Drácule e os Hellsing, a maior preocupação dela é que seus pais pensem que ambos são um casal. Enquanto isso, Kagaya se manteve calado no banheiro do quarto de Lalisa, o mais quieto que podia, em sua cabeça surgiam vários pensamentos conturbados, o medo daqueles dois era algo que Kagaya nunca pensou em ter, afinal ele já esteve com os patriarcas dos Hellsing antes, porém estava com seu pai e seu irmão Takashi junto, então não tinha muitas preocupações, ele sabia que se William tivesse a mínima suspeita da presença do garoto ali, iria o despedaçar da forma mais cruel possível.

— Vocês vão ficar aqui na cidade? - Perguntou Lalisa.

— Ah, vamos sim, mas partiremos amanhã de manhã. Temos uma reunião com os demais patriarcas. É para discutirmos sobre as normas do rating game daqui duas semanas.

— Já está tão perto? O tempo passou voando. - Disse Lalisa, dando um sorrisinho de canto após isso.

— Sim... E queremos que você participe dessa edição, vai ser muito importante sua presença. - Era notório um tom de súplica na fala do homem.

— Pai eu... eu não sou uma lutadora.

— Eu consigo os melhores tutores para você, por favor filha.

— Da pra tentar..., mas não garanto nada.

— Muito obrigado! - Diria William com um certo tom de empolgação.

O tempo foi se passando, conversa vai e conversa vem, até chegar o momento da despedida, William e Eleanor se levantaram.

— Muito obrigada por nos receber em sua casa querida, eu e seu pai estávamos muito ansiosos para ver nossa netinha pela primeira vez, é uma graça! - Diria Eleanor.

— É uma pena que ela é tão igual a aquele verme... - Era notório o ódio que William sentia pelo ex de Lalisa.

— Pai, eu não quero entrar nesse assunto.

— Desculpe..., mas ainda não me conformo que ele tenha saído impune, aquele bacalhau fedido. - Diria William com um tom irônico, fazendo uma piada com a raça Atlantis do ex de Lalisa.

— O que importa é que ele já não faz mais parte da minha vida... E espero que continue assim. Agora podemos não falar mais sobre isso?

— Claro... me desculpe pela inconveniência. - Disse meio envergonhado pela situação.

O tempo foi se passando, até que William e Eleanor se preparam para ir embora, se despedindo de Lalisa e Kamille, saindo pela porta e logo sumindo da vista de Lalisa. A garota então fecha a porta e se escora nela, deslizando pela sua extensão e caindo sentada no chão, sua filha engatinhou até a porta do quarto que Kagaya estava, arrastando as mãozinhas para que Lalisa o abrisse, e assim o fazendo. Quando ela abre a porta e vê Kagaya escondido embaixo da cama, tremendo e todo suado, ela anda até o móvel e se abaixa, o encarando, Kamille fez o mesmo.

— O que você tá fazendo aí embaixo? - Perguntou Lalisa.

— E-ele já saiu? - A voz de Kagaya saia meio trêmula.

— Já, que medo todo é esse?

Kagaya saiu de baixo da cama rapidamente.

— POR QUE NÃO ME DISSE QUE A PORRA DO SEU PAI ERA O WILLIAM? VOCÊ NÃO SABE A RELAÇÃO DOS DRÁCULA E DOS HELLSING?

— Hein? Meus pais e os seus tem briguinha?

— É quase uma guerra, você não sabia?

— Claro que não, eu sou afastada da família, justamente por causa das tradições deles, podia ter me avisado antes.

— Como eu ia ter alguma ideia de que seus pais eram os líderes da família?

— Bom, pelo menos já passou, mas porque tanto medo dos meus pais?

— Eu posso ser um pouco forte, mas ainda não tô no nível de um patriarca, é capaz até de eu nunca estar.

— Entendi... Sobrou um pouco de comida, se quiser.

— Tudo bem, eu pedi uma pizza, vai chegar....

A campainha toca.

— Agora! - Exclamou Kagaya.

— Você não tem jeito viu....

Kagaya recebeu a pizza, e se sentou à mesa para comer. Enquanto comia, o jovem vampiro sente algo puxar sua perna, ao olhar por de baixo da mesa, notava a bebê Kamille, tentando chamar atenção dele, e ao conseguir, mostrou a ele um bonequinho de massinha que ela fez que era parecido com Kagaya. Ele deu uma risada baixa, e voltou a comer, até que sentiu novamente a garotinha puxando sua perna, dessa vez ela estava tentando subir no colo dele.

— Lalisa, vem segurar a sua praguinha aqui.

— Eu to tomando banho, fica de olho nela pra mim.

— Pelo amor, viu?... O que você quer praguinha?

Ela continuava dando alguns pulinhos, para tentar subir, até que Kagaya desiste e a pega, deixando-a sentada em sua perna, o silêncio dominou por 10 segundos, até que...

— Tá isso é estranho. - A pegou e colocou sentada na mesa, pois achou estranha a situação de segurar um bebê.

Ele foi comendo a pizza, enquanto Kamille o encarava profundamente, gerando certo desconforto em Kagaya.

— Eu vou te jogar desse prédio se você não parar praguinha.

Enquanto comia, Lalisa acabou seu banho, se vestiu e foi para a cozinha, pegando a garotinha no colo e a levando para a pia para preparar sua mamadeira.

— Graças a Deus... estava ficando com medo dessa coisa.

— É só um bebê, não vai te fazer mal.

— Pelo menos não fisicamente. - Diria num tom irônico.

— Bom, eu vou colocar ela pra dormir, e então vou dormir, boa noite. - Após dar a mamadeira para a garotinha, Lalisa foi ao quarto dela, a colocando para dormir, e ficando ao seu lado até que dormisse, logo indo ao seu próprio quarto, para que pudesse então descansar, enquanto Kagaya permaneceu na cozinha.

                                                                                                          (...)

Enquanto isso, do outro lado da cidade, em uma grande boate, um homem furioso com uma arma entra na sala vip do local e vai direto na pessoa sentada no centro de um luxuoso sofá. Essa tal pessoa sentada está trajada com uma camisa social branca com um colete azulado por cima, acompanhado de uma calça cinza bem escuro e um sapato social, ao seu lado havia um blazer de mesma cor que a calça. Seu cabelo, escuro com mechas brancas por sua extensão, estava de certa forma bagunçado, e em sua face há um óculo escuro prateado. O rapaz dá uma boa tragada em seu cigarro, e o esmaga contra o cinzeiro, perguntando ao homem.

— Deseja algo? - Diria com um enorme sorriso no rosto, ao lado do garoto, uma linda mulher de pele escura e cabelos tão brancos quanto a neve, trajando um vestido preto com pedras brilhantes, encarando com um olhar serrado o homem com a arma na mão.

— Seu... seu... eu fiz o que você mandou, por que não cumpriu sua parte do acordo? - Apontou sua arma para o rapaz.

— Mas eu cumpri, eu devolvi seu terreno com tudo o que eu tinha pegado.

— Desgraçado... tudo destruído, e as cruzes no meio com... com o corpo dela... Seu filho de uma puta! - Ele aperta o gatilho, disparando, fazendo com que o som do tiro ecoe por todo o salão de festa, causando um pequeno susto naqueles que estavam aproveitando a festa. Todos que estavam perto olham na direção da sala vip, sendo tomados pelo horror ao ver o homem que havia entrado com a arma saindo de lá com metade do rosto desfigurado, um olhar vazio e seus braços invertidos. Logo atrás do homem, é possível ver Takashi, retirando seu par de luvas manchadas de sangue.

— Esse conjunto foi caro... Bem, não se preocupem com nada pessoal, era apenas um bandidinho, podem fazer oque quiser. - Ao se virar e sentar em seu assento, todos presentes na festa cercam o homem injuriado, revelando suas presas e outras características comuns entre vampiros e demônios. A mulher que estava com Takashi fecha a cortina da área vip, e o som dos gritos daquele homem ecoam mais alto que o som do tiro.

Continua...
Próximo capítulo: Takashi

Compartilhar:

© 2024 Zinnes. Todos os direitos reservados.

Feito com ❤ por BYCODE AI