Capítulos (2 de 7) 31 May, 2023
Capítulo 6- Takashi
Após toda a cena em sua boate, Takashi se direcionou até a cobertura do prédio, abrindo a porta e adentrando no local. A decoração e as luzes planejadas até os mínimos detalhes encantam o rapaz sempre que as vê, abrindo um sorriso calmo enquanto caminha calmamente até seu bar particular para servir uma bebida.
— Se quer uma bebida, basta pedir. - Diz enquanto pega dois copos e uma garrafa de Dalmore 50 anos, um de seus melhores whiskys ali presentes, colocando dentro dos copos uma grande pedra de gelo e despejando cerca de 2 dedos do whisky em cada, pegando-os e se virando, dando de cara com Kuro. - A quanto tempo está ai parado esperando por uma entrada dramática?
— É bom te ver também, Takashi. - Seus olhos entreabertos e sua postura em guarda demonstram que Kuro está bem preocupado com a situação.
— Relaxa, eu to de bom humor hoje. - Entregou para Kuro o copo com whisky e se virou para o bar novamente, virando a bebida de uma vez.
— Os jogos estão perto, sei que disse que iria, mas preciso de uma confirmação escrita. - Pegou o copo
— É claro, só pedir para Miwa que ela irá providenciar, algo mais grandão?
— Na verdade sim... Eu descobri aquilo que me pediu. - Ao falar, Kuro se senta em uma poltrona ali do lado.
Takashi para oque estava fazendo, e solta algo similar a uma breve risada, o clima fica mais pesado causando um pequeno desconforto em Kuro, que aumenta sua guarda esperando o pior, mas todo esse clima é quebrado com a expressão de Takashi, sendo um sorriso largo seguido de uma vigorosa risada.
— Isso é ótimo! Me diz, oque você já tem? - Estala os dedos, fazendo com que uma cadeira seja gerada em sua frente, a qual se sentou de forma ansiosa e rápida.
— O método de adquirir o terceiro núcleo é complexo... é preciso que o selo que o guarda seja quebrado, diferente do segundo que apenas é necessário absorver um núcleo mais fraco. Pra isso precisamos de algum artefato, ou alguém que possua um núcleo com o poder de criar e romper selos, o lado ruim é que eu só conheço uma pessoa capaz disso...
— E quem seria? - Diz Takashi, intrigado.
— O patriarca da terceira família de Elfos, Yves. O único problema é que ninguém sabe o paradeiro dele, sumiu sem deixar rastros dois meses atrás.
— Então nos resta apenas encontrar um artefato capaz de romper o selo, posso dar um jeito nisso. Adquirir o terceiro núcleo certamente nos dará a vantagem durante o torneio.
— Talvez seja impossível conseguir o artefato até o dia do torneio, então peço que participe dos treinos até lá, consegue fazer isso?
— Qualquer dia dou um pulo lá na mansão.
— Certo... bom, então eu já estou indo. - Se levantou da poltrona.
— Até outro dia.
Kuro então se curva, e desaparece dentro de uma sombra. Takashi pega ambos os copos que foram usados e leva até a pia, para que pudesse lava-los. Durante o ato, o rapaz sente um leve incomodo percorrendo sua espinha, mantendo sua postura firme e natural, o rapaz começa a tirar suas luvas, as deixando uma acima da outra no balção, e ergue as mangas de sua blusa social, deixando os braços expostos. Começou a andar pelo seu apartamento, o silêncio do local é rapidamente quebrado com a figura de um homem encapuzado entrando pela janela de Takashi, correndo na direção do rapaz armando um soco pelo caminho, o qual é interrompido antes mesmo de chegar em Takashi, o braço do homem desapareceu em meio ao ar, restando apenas o sangue que jorrava e escorria pelo que restou do membro, mas isso não impediu que o homem continuasse a avançar, o que espanta um pouco Takashi, o qual ergue o braço e o move com grande força para baixo visando usar suas garras para fazer cortes no tronco do opositor e graças a sua velocidade colossal, tem êxito em executar o golpe, arremessando o homem misterioso em direção a parede, aparentemente o desmaiando.
— Essa janela foi cara seu filho da puta. - Aproximou-se do corpo, retirando seu capuz para ter visão de seu rosto, se surpreendendo ao ver que era apenas um boneco de madeira recheado com sangue falso. - Uma marionete?... Heh, esses malditos Khan's.
(Na Mansão Dracule)
Kagaya está em frente ao balcão da cozinha preparando um café, está na mansão a pedido de Kuro mas ainda não sabe o motivo de ser chamado. Logo atrás do rapaz, está um homem alto de cabelos brancos e olhos vermelhos, vestindo uma calça escura, em contraste com uma camisa branca acompanhada de um sobretudo da mesma cor da calça, este rapaz é Dante, o irmão gêmeo de Kuro, e consequentemente irmão de Kagaya. O silêncio perdura no âmbito, causando até um pouco de desconforto para ambos, até que Kagaya resolve quebrar o gelo.
— Então... eae, quanto tempo né?
— É, faz alguns meses que não nos vemos, como tem passado? - Respondeu Dante.
— Até que bem, nada de muito "uau" aconteceu... e você? Fiquei sabendo que se casou.
— Ah, sim eu me casei mês retrasado, eu te mandei um convite... mas você não apareceu.
— Foi mal, eu meio que estava em outro país, era um assunto importante... - Respondeu Kagaya, meio constrangido. Em sua cabeça se passou a cena dele matando o dono de uma famosa empresa multinacional durante a viagem, pois havia viajado apenas para isso, mas não podia contar esse detalhe para Dante, pois seu trabalho de assassino é secreto até entre a família, apenas Kuro sabe sobre isso.
— Eu entendo, você tem trabalhado bastante depois que se mudou da mansão, admiro isso. Onde tem vivido?
— Aluguei uma casa em um condomínio aqui perto, esse trabalho de advogado até que paga muito bem. E você?
— Moro em uma fazendinha no norte da cidade.
— Até que combina com você, um ambiente bem pacífico, fico feliz por você.
A conversa flui bem por alguns minutos, porém é interrompida com o som da porta se abrindo enquanto Kuro entra por ela, acompanhado de outras 3 pessoas misteriosas.
— Então... você me chamou aqui pra uma reunião familiar? - Disse Kagaya em direção a Kuro.
— Temos que começar a planejar a estratégia pra primeira fase do torneio, ela é em equipe. Os times que passarem vão para o torneio 1v1.
— Certo, então vamos ver... - Kagaya olhou fixamente para as figuras, apontando para o que estava sentado na cadeira L. - Luther, levanta.
Assim como foi pedido, o rapaz se levantou. Luther é uma pessoa de aparência jovem, de pele escura e cabelos brancos, veste um traje social preto.
— Sim? - Sua voz é de certa forma calma, porém seu tom traz um certo clima pesado para o local.
— Vou testar você primeiro, se importa?
— Por mim tudo bem, tente não se machucar muito. - Por mais que sua fala tivesse teor arrogante, sua voz e tom não indicavam nada disso, era como se fosse uma frase comum de se dizer, e esse certo tom faria que as pessoas ali realmente acreditassem que foi só uma fala normal.
— Muito bem, então vamos. - Kagaya estala os dedos, e todos presentes são teleportados para uma sala separada da casa, dentro de um cubo de 9m² por 9m², Luther e Kagaya estão no centro desse cubo, e os demais irmãos estão em alguns bancos do lado de fora. Era possível ver o que estava dentro do cubo pelo lado de fora, porém não dá para ver o que há de fora estando dentro.
— Desde quando você faz isso? - Disso Luther, meio perplexo.
— Isso não é um poder, é algo da casa, depois te passo a lista dos comandos daqui, já que você saiu antes da reforminha.
— O velho consegue ainda ser moderno, quem diria. - Luther abriu uma risada logo após sua fala, e então retirou seu paletó e o colocou de lado. - Tente não se conter tanto, não sou aquele Luther de 17 anos atrás.
— Veremos. - Kagaya por sua vez, arregaçou as mangas e entrou em posição de combate.
Ambos permaneceram parados por cerca de 5 segundos, até que repentinamente desaparecem a olho nu, porém Kuro que estava assistindo, logo percebeu que era apenas a velocidade deles, e que agora estavam trocando diversos golpes enquanto andavam pela mini arena. A luta começou de certa forma equilibrada, com Luther rajando vários golpes em direção a Kagaya, que os bloqueava de forma perfeita, a cada soco, Kagaya sentia o braço de Luther mais pesado, de certa forma se lembrava da habilidade de Lorena, porém um pouco mais lenta para se fortalecer.
— Aprendeu algumas coisas novas, muito bem. - Disse Kagaya.
— Eu já pedi para não se segurar. - Encerrou sua fala aplicando um soco com força total, sendo capaz de perfurar a defesa perfeita de Kagaya e acertar seu rosto com tudo, o jogando até a borda do cubo e o colidindo com a parede, a rachando um pouco.
— Aargh! - O som da parede se rachando era parecido com o som do vidro, confundindo os demais irmãos no local.
— Qual foi, não conseguiu segurar mais? Essa vidinha matando gente fraca te amoleceu?
— Heh, qual é, o tempo passa, mas ‘cê’ ainda tem a mão de princesa de sempre. - Disse ajeitando a postura, enquanto limpava o sangue que escorreu de sua boca.
— Vou arrancar sua língua a força, seu arrombado. - Novamente partindo para cima de Kagaya, porém de uma forma diferente, nas mãos de Luther uma camada negra de sombras reveste sua mão, e assume a forma de uma lâmina. Ao chegar perto de Kagaya, o golpeia com uma rajada de golpes verticais, no intuito de o cortar com a lâmina.
— Ih...
Usando sua unha, Kagaya cortou o próprio pulso, no intuito de fazer sangue jorrar, e com esse sangue, o moldou em forma de um escudo pequeno, apenas o suficiente para rebater a lâmina após Luther golpear. O choque entre espada e escudo repeliu ambos, sendo necessário força para decidir o que ainda manteria a posição de vantagem, e nesse caso, Kagaya era o mais forte, conseguindo se manter firme enquanto Luther era impulsionado para trás, perdendo sua postura e equilíbrio. Aproveitando essa brecha, Kagaya molda aquele escudo para uma espada feita de seu próprio sangue, e com um corte perfeito decepou o braço esquerdo de Luther, logo em seguida executou um chute para jogar seu irmão longe, fazendo-o bater na parede daquela área criada.
— Essa parede é bem dura, né? - Disse Kagaya, enquanto pegava o braço de Luther no chão. A parte da roupa que ficou no braço estava manchada de sangue. - Espero que não faça falta, acho que dá pra viver com um braço só.
Enquanto termina de falar, Kagaya percebe Luther saindo de dentro da fumaça formada pelo impacto de Luther batendo na parede (Ergueu a poeira da sala por fora do cubo de tão forte o impacto). Porém algo estava estranho, o braço de Luther estava lá, sem a manga da blusa. Quando Kagaya olha para o que estava segurando, era apenas pano, e uma fumaça vermelha que estava saindo desse pano.
— Que... que merda é essa? - Kagaya solta o pano, e olha para Luther, se lembrando da forma que Kuro apresentou o rapaz para ele. Kuro havia dito que a cura de Luther seria uma enorme vantagem para o time, e então, assimilou a situação. - Ah... já entendi.
— Já é mais que óbvio que em uma luta de resistência, a vitória é minha. Eu avisei, venha com tudo Kagaya. - Disse Luther, enquanto arregaça a manga que ainda tem.
Antes mesmo de voltar a sua posição, Kagaya repentinamente surge em frente a Luther, atravessando o peito do garoto com seu braço, sem remorso de o matar, afinal compreendia 100% de seu poder, e sabia que o rapaz conseguiria se regenerar de ferimentos fatais.
— De fato você é forte, mas ainda é meu irmão mais novo, seria estranho perder pra você. - Disse Kagaya, com um sorriso.
— Mas quando... - Sangue escorria por todo rosto de Luther - E do que adianta, eu posso curar isso em instantes!
— Então cura.
— Que... por que não fecha? Que merda você fez!? - Tentava por tudo se soltar.
— Tenho meus modos. - O sangue do pulso de Kagaya que foi cortado ainda estava sangrando, ao perfurar Luther, manipulou seu sangue no interior do peito do garoto, fazendo com que as células de seu sangue sobreponham as células de Luther, forçando-as a não completar a regeneração, impedindo que o rapaz feche o buraco em seu peito. - Eu venci.
Luther acaba por desmaiar devido ao ferimento não ter sido fechado, mas ainda vivo graças a seu poder. Kagaya remove seu sangue de dentro de Luther, e o ferimento se fecha quase instantaneamente.
— Muito bem, quem é o próximo? - Direcionou seu olhar para os outros irmãos.
Continua...
Próximo Capítulo: Os irmãos Drácule.