Após vencer Luther, Kagaya se vira para os outros irmãos com um sorriso determinado, desafiando-os, porém logo é interrompido por Kuro.

— Não é necessário. Luther se segurou e pagou o preço por isso, mas agora todos já confirmaram seu nível Kagaya. Podemos começar. - Com um bater de palmas, todos voltam para a cozinha.

— Oque exatamente precisamos planejar? - Perguntou Aidan, um jovem rapaz de cabelo laranja e olhos verdes, abaixo de seus olhos há algo que chama atenção, duas tatuagens, sendo a do olho direito o naipe de Copas do baralho, e o esquerdo o naipe de Ouros.

— Como eu disse, a primeira fase é uma batalha em grupo, então quanto mais informações reunirmos, melhor. Esse ano há 3 famílias que se destacaram no último semestre, os Hellsing, os Khan's e os Lúcifero. 

— Posso tentar obter uma ou outra informação sobre os Lúcifero. - Disse Dante.

— Ótimo, contamos com você Dante. - Disse Kuro, abrindo um sorriso.

A conversa perdura por mais alguns instantes, onde os irmãos planejam suas estratégias e discutem as informações que têm. Enquanto isso, Takashi se encontra em frente a mansão da família Lúcifero, batendo na porta. Em poucos segundos um dos empregados da casa abre a grande porta, convidando-o a entrar, os serventes guiam o homem pela mansão passando pelos belíssimos ornamentos e decorações que compõem a casa, composta principalmente da cor roxa com detalhes em preto. Em poucos segundos, o servente para sua caminhada, e Takashi faz o mesmo, olhando para frente vendo uma figura sentada em algo que parece um sofá, de costas para ambos. O servente se curva e se retira em silêncio, deixando-o na sala junto àquela figura. O silêncio toma conta do local, até que o homem misterioso decide falar.

— De todas as pessoas do mundo, você é a última que eu imaginaria visitando essa casa... Takashi. 

— Eu preciso tirar algumas dúvidas com você fantoche-ya. - A serenidade nas palavras e expressão de Takashi permanece como as mesmas, aparentemente já conhece o homem que está ali. - Mas eu me pergunto, o que um dos filhos da casa Khan faz na mansão Lúcifero?

— Vim conversar um pouco com o patriarca, mas aparentemente ele não tá aqui, e você? 

— Eu estava atrás de você, uma das suas marionetes me atacou ontem, porque?

— Nem ideia, eu não estava na cidade ontem. Sabe que não sou só eu que controlo marionetes né? Não é um poder de núcleo.

— Tinha sua marca no boneco, quem mais tem acesso ao seu estoque?

— Só toda família Khan, e seu irmão Kuro.

— Ué, e porque o Kuro tem acesso ao estoque? 

— Ele que as cria e vende para todos os marionetistas da região.

— Entendi... Era apenas isso, eu gostaria de falar com outras pessoas mas meu tempo está corrido, já levei umas 2 horas pra localizar você. - Takashi se virou e deu alguns passos, chegando na porta, olhou para o homem. - Aproveite que vai falar com Isaac, e dê um recado por mim.

— Claro, fala ai.

— Na próxima vez que ele enviar as formiguinhas que ele chama de filhos atacar meus irmãos, não sairá barato. - Saiu do local após falar.

— Esse cara é sinistro. - Deslizou no sofá, deitando o sofá.

                                                                                              (Alguns dias depois)

Kuro está acima de um contêiner, olhando em direção a um campo baldio cheio de buracos e sinais de batalha, e nesse campo está Sasaki e Aidan lutando contra Kagaya e Luther, a coreografia da luta era atraente, ambas as duplas estavam em perfeita sincronia em seus ataques. A começar por Aidan e Sasaki, a qual Sasaki golpeava com sua lança de forma precisa, tendo sua potência aumentada pelo controle gravitacional de Aidan, quando precisava de um suporte, Aidan movia ou bloqueava partes do corpo de sua dupla com vórtices gravitacionais. Kagaya e Luther não ficam para trás, a sequência de golpes direcionados contra Sasaki era quase infinita, todos os ferimentos feitos no corpo de Kagaya eram curados por Luther e transformados em força extra para o garoto.

A batalha permanece intensa do início ao fim com ambos os lados bem equilibrados, porém logo começou a ser visto Luther e Kagaya se sobressaindo aos poucos, oque já era suficiente para que Kuro pudesse cessar a batalha.

— Já chega, a sincronia está ótima. Eu vejo que seus núcleos já estão bem desenvolvidos e isso é ótimo. - Kuro se levanta após finalizar sua fala.

— Ei Kuro, me responde uma coisa. - Disse Sasaki, posicionando sua lança em pé apoiada no chao. - Oque são esses núcleos ai? Sempre vejo você e o Dante discutindo sobre isso.

— Huh, eu pensei que vocês já sabiam. Bom, os núcleos são a manifestação do Caos dentro de cada um. De forma rápida e resumida, a milhares de anos atrás, as três forças da existência se desestabilizaram, a Vida, o Tempo e o Caos. O Caos tentou se sobressair e tomar conta da maior parte da criação, isso acabou gerando diversas catástrofes no universo e na Terra, ficou conhecido como Era de Terror, todos os apocalipses religiosos e científicos começaram a bombardear o mundo, Armagedom Bíblico, Ragnarok Nórdico, Gigantomaquia Grega, entre outros... Não se sabe ao certo como aconteceu, mas o Tempo junto de alguns humanos afetados diretamente pelo Caos, foi capaz de fragmentar toda a energia caótica que foi liberada, e a selar dentro da própria Vida, fragmentado em 3 núcleos de poder. Por causa disso, todos nascem com essa energia caótica, e quanto mais evoluído seu núcleo, mais Caos você possui, e mais poder vem com isso. O Caos afetou tanto a vida, que novas vertentes da humanidade surgiram, hoje em dia são chamadas de Raças, como nós vampiros, os elfos, anjos, entre outros.

— E qual é nosso nível de núcleo? - Perguntou Luther.

— Ainda estão na fase inicial do núcleo, por isso só possuem um poder. - Respondeu Kuro.

— Então tudo que precisamos fazer é fortalecer nosso controle do núcleo, parece fácil. Ainda temos 3 dias para o torneio começar. - Disse Kagaya com um tom de voz animado e eufórico.

— Vamos voltar ao trabalho então. - Disse Sasaki, empunhando novamente sua lança, dando inicio novamente a batalha fervente de antes.

                                                                                             {Na boate de Takashi}

Sentado em uma mesa mais ao canto, um homem de cabelos acinzentados e olhos dourados estava visivelmente raivoso treme a perna, com um copo de whisky em mãos. Sua raiva era evidente a todos que estavam aproveitando a festa, causando certo desconforto nas pessoas ali presentes.

— Aquele desgraçado... roubou meu dinheiro e ainda mentiu pra mim, maldito. Lalisa ainda está viva, já tem mais de 4 dias que o contrato expirou, desse jeito eu mesmo vou acabar a matando. - O homem range os dentes e aperta o copo com tanta força que o destrói instantaneamente.

— Ei, porque está fazendo essa bagunça toda? Não está vendo que os clientes estão desconfortáveis? Sai dessa mesa e volta ao trabalho seu imbecil - Uma garota chega em frente a mesa do homem, dizendo essas palavras. Sua roupa era o uniforme da boate, propositalmente mais vulgar devido a sua posição no trabalho, em sua mão uma bandeja com quatro copos preenchidos de bebida. - O Micael já está cansado de você, se não tomar cuidado ele vai falar com o chefe pra te demitir, levanta e vai servir os drinques, Oliver.

— Tá tá, não enche meu saco, sua mocreia.

Oliver levantou da mesa bufando de raiva e voltou para trás do bar, ao lado de um outro rapaz, cujo seus cabelos são tão brancos quanto a neve, e seus olhos emitem um brilho cor de jade pura, seu corpo é de porte atlético, porém um pouco mais magrinho, uma tatuagem de dragão pode ser vista começando em seu pescoço e caindo para dentro da roupa, aparentemente termina em seu braço direito, pois há uma cauda de dragão saindo de sua manga. Esse mesmo rapaz encara Oliver, e em um movimento rápido da um cascudo na cabeça do homem.

— Na próxima vez que desperdiçar bebida, eu quebro seus ossos. - Disse o rapaz com uma plaquinha em sua roupa, escrita Micael.

— Ai! Qual foi, eu to num dia ruim, jaé? - Respondeu Oliver, colocando as mãos na área atingida, esfregando um pouco sua cabeça.

— Vou deixar passar só dessa vez, os clientes estão ficando incomodados com você esses dias. Qual seu problema?

— É só um término mal resolvido...

— Qual é, terminou mesmo com a Lalisa? Tava demorando pra ela te dar um pé na bunda, ela era linda demais pra você, haha. - Disse em meio a risadas.

— Vai se foder, lagartixa escrota. - Virou o rosto para o outro lado, visivelmente com raiva.

A calmaria do local é interrompida com um barulho alto de explosão, e não era tão difícil identificar de onde veio. A porta da frente do local havia sido completamente estourada, e 3 pessoas entram no local com suas feições escondidas por uma máscara estranha, suas roupas era similares a vestimentas japonesas antigas, e sua aura era extremamente violenta, causando medo nos seres não humanos que frequentavam a boate. Micael e Oliver se encaram por um momento, e saltam por cima do bar, prontos para qualquer combate que venha a acontecer. O homem que estava no meio da 3 passos para frente, e finalmente fala alguma coisa.

— Onde está... Takashi Drácule?

                                                                                                                                                               — Continua.