Capítulos (2 de 9) 27 Jul, 2024

Capítulo 5 - parte 2

ALGUNS ANOS ATRÁS…


         Após alguns meses navegando e tentando encontrar Myder, da aste mais alto das velas do navio, Virgil avista com sua lupa a tão procurada ilha.


V: - Terra à vista, Amigos!!!!


              Em um instante toda a tripulação sobe até o bico do navio para admirar a primeira conquista da missão. Encontrar a ilha.

             As última pessoa a sair do convés são, são Alice, uma criança de 10 anos, e Ellen uma mulher de 31, a esposa e a filha de Kay, que estava pilotando o navio. Sua filha corre empurrando quem vai pela frente até chegar ao leme. Alice se joga no colo do pai, que é obrigado a soltar a direção do navio e segurar sua filha no colo.


A: - Pai, eu posso dirigir?


Ka: - Tá maluca, falta pouquinho pra gente chegar até a ilha, se bater o barco agora, fodeu tudo.


E: - Olha a boca, Kay.


Ka: - Desculpe. Foi sem querer.


A: - Por favor, pai. Vai ser só até a gente chegar ali. Prometo que não peço mais.


Ka: - Olha filha.


A: - Por favor! Por favor! Por favor!


Ka: - Vem cá - Ele a segura no colo e a coloca em pé no leme.


A: - Não tem problema ficar aqui em cima?


Ka: - Só se você soltar.


A: - Então pode deixar, eu não vou soltar.


Ka: - Promete?


A: - Prometo.


            Kay gira o leme com Alice junto. Ela se desequilibra e cai para trás, nos braços dele, que tenta ensinar algo a sua filha.


Ka: - Você sempre tem que cumprir a suas promessas, sabia? Isso é ser um grande pirata.


A: - Eu sei, pai. É só que eu não tava esperando.


Ka: - Bom, os problemas nunca vem quando a gente tá esperando. Então esteja sempre preparada.


A: - Pode deixar.


            Eles atracam, e descem até a praia. A tripulação pulava de alegria, eles pegaram suas bebidas e comidas, e festejaram.


V: - Vamos ficar ricos!!! Imagina quanta grana vamos ganhar por descobrir esse lugar.


Ka: - Que tal a gente ver se tem algo de valioso nesse lugar, e depois que a gente levar tudo, a gente conta pro reino.


V: - Por mim, tá perfeito.


            Kay vê sua filha brincando na água com sua mulher, e vai até elas.


Ka: - Olha, eu não ficaria perto da água confiando na sua mãe como Salva Vidas.


E: - Olha pode não parecer, mas o bronco do seu pai, apesar de viver no mar, nada tão bem quanto um peixe sem as nadadeiras.


Ka: - Pra sua informação, meu trabalho é ficar dentro do barco. Não na água.


E: - A gente pode acrescentar ‘ficar com a boca fechada’ a esse seu trabalho?


Ka: - Aí eu não ia poder beijar essa boquinha linda.


E: - Quem disse que você pode?


Ka: - Não mereço um beijinho depois de deixar a gente rico, descobrir uma ilha perdida a séculos e garantir o futuro das próximas três gerações da nossa família? Que mulher exigente.


E: - Tá, vem cá.


A: - Que nojo!


Ka: - Fecha os olhos pirralha, você só vai ver isso depois que tiver passado dos 60 anos.


A: - Você tem mais de 60?


Ka: - Tenho uns 135 anos.


E: - Rum, ele quis dizer 140.


A: - haha, vocês são muito velhos.


Ka: - Vai rindo, vai chegar a sua vez.


A: - Uurgh, tomara que não.


Ka: - Eu amo demais, vocês duas.


A: - Eu também te amo pai.


Ka: - Não tem nada pra me dizer não ?


E: - Hmmmm, deixa eu ver, é… acho que não.


Ka: - Ah é, pois é melhor pensar bem - Ele pega areia molhada - Por que esse seu cabelo lindo tá muito próximo de ficar parecendo uma dessas árvores.


E: - Eu te amo, eu te amo.


Ka: - Agora já era.


E: - Nãããooooo!!!


         Os três correram e se divertiram na praia por horas e horas. O sol estava glamuroso, e a areia macia sendo tocada pelo mar. Aquele lugar lindo, era tudo que Kay mais desejava para sua família. Um lugar paradisíaco e longe de qualquer pessoa idiota. Um bom lugar para sua filha correr por aí e se divertir à vontade.

       Kay se senta na grama, debaixo da sombra de um coqueiro, com Ellen deitada em seu colo.


E: - Eu amo você.


Ka: - Eu também te amo.


E: - A gente podia morar aqui.


Ka: - Aqui?


E: - É. Imagina a gente morando de frente pro mar. Só nós, numa ilha.


Ka: - Eu ia adorar, mas duvido que o reino vai nos deixar ficar aqui, quando pegarmos a recompensa. Eles vão fazer desse lugar o mesmo que fizeram com as grandes cidades, e só os caras mais picões vão poder vir pra esse lugar.


E: - Que droga. Eu ia amar ficar num lugar assim.


Ka: - Com o nosso dinheiro, vamos poder ficar no lugar que você quiser.


E: - Pra onde nós quisermos.


          Após um dia de muita comemoração e festa, quando a noite chegou todos estavam bêbados. Então Kay mandou todos voltarem para o navio, e na manhã do outro dia eles explorariam a ilha.

          Todos se deitaram e dormiram, menos Kay que estava vendo sua esposa e filha dormirem na proa do navio, porque Alice adorava ver o céu estrelado. Eles acariciava o cabelo das duas quando ouviu um barulhos vindos da ilha, ele se levanta e vai ver o que era. De longe ele observa dois homens correndo, eles pareciam descutir alguma coisa, quando um deles empurra o outro que cofre para dentro da floresta. De repente, uma criatura desproporcional e asquerosa, saí do meio da mata e o homem chama a atenção da criatura e corre na direção oposta de onde seu amigo foi, adentrando em outra parte da floresta. A criatura o segue.

           Kay pega uma arma e decide descer para ajudar. Ele se mete na floresta escura e sombria. Seu coração batia forte, o silêncio era tão grande que era como se ele pudesse ouvir ele bater. Quando um som de um homem gritando ecoa na floresta. Kay corre em direção ao grito, só para encontrar aquele corpo decapitado no chão, ele atira na criatura e acerta sua cabeça. Ela se desequilibra, e cai, dano a oportunidade de cai descarregar sua arma estourando a cabeça dela.


Ka: - Que porra é essa?.


             Enquanto observava a criatura no chão, ele é pego por trás por uma mão gigantesca que o arremessa. No chão como se fosse um saco de penas.


Kh: - Você, não é a pessoa que eu estou procurando.


Ka: - E que porra é você? - A criatura vai se aproximando dele, e Kay recarrega sua arma e aponta para ele - Nem mais um paço, coisa feia. Ou eu faço um suco dos seus miolos igual fiz com o daquela coisa. Responde a pergunta.


         A criatura para por um instante, ele parecia ter ficado muito confuso com a pergunta.


Kh: - Quem eu sou? Eu me fiz muito essa pergunta. Mas não sei bem, como fui feito e muito menos de onde vim. Quando acordei eu já era eu. Eu não evoluo. Eu sou a evolução.


Ka: - Evolução é um caralho.


              Kay dispara um tiro certeiro na cabeça do monstro, arrancando todo o lado superior direto do seu cérebro. Mas em um instante, ele estava novamente inteiro, como se nada tivesse acontecido.


Ka: - Que porra é essa?


              A criatura o segura pelo pescoço.


Kh: - Que tal fazermos um acordo?


Ka: - Sou todo ouvidos.


Kh: - Você veio em uma embarcação, não é? - Ele solta Kay.


Ka: - Não, eu sou nadador profissional, tava afim de um desafio e nadei um oceano.


Kh: - Haha, você é divertido. Quero que você faça parte do meu mundo. Essa ilha é vazia de vida inteligente e eu gostaria que você ficasse e fosse meu servo.


Ka: - Não pode mandar uma dessas criaturas te fazerem um boquete?


Kh: - Silêncio! Me entregue sua tripulação como sacrifício. E eu deixarei você viver, e navegar por aí trazendo mais pessoas para cá. Infelizmente esses meses tem sido difíceis. Antigamente chegavam pessoas aos montes para que eu as devorasse. Agora é muito raro.


Ka: - Então, você me deixa naver por aí, se eu entregar meus companheiros?


Kh: - Correto.


Ka: - E se eu recusar


Kh: - Então vou fazer o mesmo que fiz com os outros, devorarei até o último homem.


               Kay começa a pensar em sua família, a pensar neles mortos com a cabeça arrancada.


Ka: - Se é assim, eu aceito. Mas eu tenho uma condição.


Kh: - Diga?


Ka: - Deixei minha mulher e minha filha irem, e eu entrego todos os outros.


Kh: - Muito bem, temos um acordo. Agora me mostre onde estão.


             Khubarsí o segura novamente e o faz mostrar o lugar onde seu barco está ancorado. Quando chegam até a praia ele o solta no chão e, junto com suas criaturas, começa um grande massacre. Os gritos das pessoas, os pedidos de socorro ecoavam na noite fazendo aquele lugar parecer um abatedorou. Após alguns minutos os gritos finalmente parecem cessar. Quando Ellen e Alice aparecem descendo do navio em completo desespero.


A: - Pai!!!


             As duas choravam e tremiam enquanto corriam em direção a Kay. Mas de repente, Khubarsí se joga na frente das duas. Ele pega primeiro Ellen, que luta inutilmente para se soltar enquanto clamava para que seu marido a ajudasse, mas ele estava lá, parado como uma estátua. Com os olhos cheios de lágrimas, totalmente imóvel.


K: - Não! Me solta! Kaaayy!! Me ajuda! Por favor, me ajuda!


          Khubarsí arracanca lentamente a cabeça de Ellen de seu corpo, enquanto sua filha chorava e implorava pela vida de sua mãe. Mas ele também a pega.


A: - Não, não não! Por favor, não! Pai!!! Paaiiii, por favor!!! Me ajuda!!! Aaaaaaaaa!!!!


           A criatura também separa sua cabeça de seu corpo de forma brutal e extremamente lenta.


Kh: - Devo admitir, achei que você resistiria. Mas você se provou fiel até o fim.


Ka: - Você disse que não machucaria elas.


Kh: - Eu disse. Meu mestre, no dia em que lhe disse que me sentia sozinho, construiu uma pessoa semelhante a mim, feita a partir de um pedaço do meu corpo. Quando ele lhe bateria o coração pela primeira vez, ele a retalhou diante dos meus olhos. A dor que senti em meu peito foi escruciante, e ainda não compreendia bem o porquê ele havia feito aquilo, mas agora entendo melhor. Nada pode estar entre o mestre e o servo. Eu o respeito por isso. Vou costurar a cabeça delas de volta e as preservar no fundo do mar.


DE VOLTA AO PRESENTE


S: - P-p-por que deixou elas morrerem e-e-e não fez n-nada?


Ka: - Eu… - Seus olhos se enchem de lágrimas - Eu fiquei com tanto medo que nem consegui me mecher. Minhas pernas congelaram. Eu passei todos esses anos pensando naquela noite. Em como eu queria ter feito algo. Tudo que eu mais queria na vida era encarar aquele desgraçado de novo e tirar dele, tudo que ele me tirou. Não tem um segundo na minha vida que eu não queira voltar atrás, e que minha folha pudesse dizer que o pai dela não é um filho da puta covarde. Mas não dá mais.


S: - S-s-sinto m-muito.


Ka: - Eu que sinto. Por não ter dito a verdade desde o começo. Não sou um exemplo pra ninguém. Só quero morrer arrancando a cabeça daquele desgraçado.


S: - A-a-acredito, que e-embora deu seu coração tenha morrido, su-sua vida n-não se perdeu. E-E-Enquanto respirar, a-ainda t-tem e-esperança.


Ka: - Esperança de que?


S: - De-de tentar mais uma v-vez. E-eu vou ajudar.


Ka: - Como pode querer me ajudar, sabendo o monstro que eu sou?


S: - Te-ter medo, não f-f-faz de v-você, um monstro. O-ou todos seríamos. Nosso m-mestre nos ensinou que a-as falhas são mais importantes d-d-do que os a-a-acertos. E q-que era nosso de-dever, a-ajudar quem está perdido. A-afinal, a-a-as pessoas que precisam de um ca-ca-caminho são as que estão perdidas.


Ka: - É a maior idiotice que eu já ouvi - Kay solta um singelo sorriso - Obrigado, garoto! Por não me julgar pelo meu erro.


S: - O-o-brigado, por não me ju-ju-julgar, pelo meu jeito de f-f-falar e p-p-pela minha a-aparência.


REVELAÇÕES


       Dentro de um dos laboratórios subterrâneos que percorrem toda a cidade, May abre os olhos e se levanta sem entender muito bem o que estava acontecendo. Um ela ouvia um zumbido enorme em seu ouvido direto e sentia uma sensação de moleza no corpo.


K: - Tá tudo bem, gatinha?


My: - O que que aconteceu?


H: - Você vomitou umas três vezes e desmaiou. Aí a gente te trouxe pra dentro do laboratório.


My: - Que droga.


K: - A quanto tempo tá usando isso essas pílulas?


My: - Como assim a quanto tempo? Eu só usei hoje.


H: - Enquanto você tava desacordada, nós ficamos pesquisando e descobrimos umas coisas sobre as Kastas. Elas não são estáveis e tem sérios efeitos colaterais, além de causar dependência e possivelmente a morte caso seja usado em excesso.


My: - Não vai ser um problema já que só usei uma vez.


H: - Nós também pesquisamos e vômitos sequências com sangue, seguidos de desmaios, estão no estágio crítico. Que é quando uma pessoa abusou, por um tempo longo, do uso das Kastas.


K: - O que significa, que você tá usando a um bom tempo. Vamos lá, gatinha, me diz a verdade.


My: - Que droga. Depois que minha mãe morreu, meus poderes ficaram cada vez mais fracos. A doença dela era hereditária, então minha espectativa de vida caiu pra 50 anos com sorte. Eu fiquei deprimida, e descobri sobre essa droga. Quando usei meus poderes voltaram no seu potencial máximo. Eu não queria morrer doente numa cama. Queria alcançar todos os objetivos que eu tinha, antes de morrer e sem as Kastas eu não ia conseguir.


H: - Se você tem a doença da sua mãe, os efeitos das Kastas podem ser muito mais nocivos no seu corpo.


My: - É, com certeza. Não sei nem quanto tempo de vida eu tenho mais.


K: - Precisarmos fazer os exames, ver o que podemos fazer.


My: - Mas talvez nada possa ser feito. Não puderam fazer nada pela minha mãe. Então eu prefiro não ir no médico só pra ele me dizer o tempo de vida que me resta. Só quero curtir esse dia.


K: - Então, quando ia contar pra gente?


My: - Vocês iam saber quando eu parasse de respirar.


K: - Não ia se dar ao trabalho nem de contar pra gente. Nós podíamos tentar te ajudar. Temos que contar pro mestre e pro pessoal de Ázura.


My: - Não! Você vai me prometer que não vai contar pra ninguém e isso nem é da conta deles.


K: - Não é da conta deles? Eles que cuidaram de você quando sua mãe morreu. Eles que mandavam flores e ficava fazendo companhia pra ela quando você tinha que sair. Eles, ou nós, consideramos você e sua mãe como nossa família. Vocês são importantes pra nós, mas é bom saber que você não se importa minimamente pra achar que você morrer não é da nossa conta.


My: - Kamy eu-


K: - Relaxa - Ela enxuga seus olhos cheios de lágrimas - Não vou contar pra ninguém. Nem pro Gus, mas ele deveria saber, ele te ama mais que qualquer pessoa que eu já conheci.


My: - Ele me ama…?


Compartilhar:

© 2024 Zinnes. Todos os direitos reservados.

Feito com ❤ por BYCODE AI