Capítulos (3 de 19) 23 Jul, 2019
Esqueletos, Carniçais e Goblins - parte 3
Dessa vez a porta para o próximo andar estava escondida atrás de uma pilastra, o lugar é escuro e fedido, Synth dá uma pena de anjo acessa para Leopoldo segurar, enquanto ele pega um cristal que continha uma tocha. Seguindo em frente, os aventureiros dão de cara com uma bifurcação ambos os lados parecem completamente iguais até mesmo a ordem e a distância dos buracos na parede são idênticos. Synth pergunta para Leopoldo qual caminho eles devem seguir, o esqueleto consulta o mapa e aponta para à esquerda. Seguindo por esse caminho os aventureiros se deparam com uma pequena sala quadrada feita de mármore, bem no meio dela tem uma estátua muito estranha; um ovo de ouro em cima de um cubo também de ouro, que por sua vez está sobre dois elefantes de ouro, a última base da estátua é uma bola de ouro. Esse estranho objeto está exposto em cima de uma pilastra de obsidia. Synth esboça um sorriso amarelado e nervoso pois essa estátua não passa de uma armadilha muito obvia, mas mesmo assim trata-se de um belo tesouro. Nada os impede de seguir reto sem tocar na estátua. Porém, Synth não poderia simplesmente ignorar esse tesouro, por causa do seu orgulho como aventureiro ou por pura ganancia.
- Leopoldo, meu amigo. Segundo o mapa estamos no caminho certo, certo?
- Sim, basta seguirmos o caminho em vermelho que daremos de cara com a sala do chefe e a de descanso.
- Então tecnicamente essa sala é segura, certo?
Leopoldo olha para a cara pretenciosa de Synth, e nota rapidamente o porquê de todas essas perguntas.
- Você tá querendo roubar essa estátua?
- Bom, essa sala é segura e não aparenta ter nenhuma armadilha, além do mais seria um desperdício deixa esse tesouro para trás.
- Sério, Synth!? A estátua é claramente uma armadilha e você sabe disso, arrisca sua vida por algo assim é de uma idiotice sem tamanho, mas ... Eu não vou impedi-lo, fica a seu critério.
Synth acena com a cabeça. Ele segura a bola de ouro com as duas mãos e puxa devagar, a estátua de ouro não parecia pesada para Synth ele então puxa de uma vez o objeto, o sorriso de satisfação reflete nos elefantes. A cara presunçosa do aventureiro irrita o esqueleto, Leopoldo volta sua atenção para o mapa quando escuta um chiado agudo, aquele som vinha da pilastra oca de obsidiana e só aumentava. Leopoldo se aproxima para ouvir melhor o chiado, o que era um chiado tomou a forma de um grito, Leopoldo então coloca a cara em cima do buraco da pilastra quando de repente uma azagaia entra dentro do seu olho, o esqueleto cai no chão. Logo em seguida, sai um goblin do buraco segurando outra azagaia, mas antes que pode-se lança-la, Synth usa a estátua como um bastão e arremessa o goblin na parede de mármore.
- AHHHHH! MEU OLHO, MEU OLHO, EU NÃO CONSIGO ENXERGA TÁ TUDO ESCURO.
Synth tira a azagaia do olho de Leopoldo.
- Ufa! Essa foi por pouco, pensei que iria perde o meu olho.
- Acho que isso é impossível – Disse Synth.
Synth estende a mão para Leopoldo, os aventureiros então escutam o grito de guerra do goblin, a pequena criatura verde havia sobrevivido a pancada e agora vinha na direção dos heróis, segurando a última azagaia. Synth não consegue acredita que foi incapaz de matar um goblin, com um único golpe, para ele essas criaturas fazem parte da ralé, assim como os zumbis e esqueletos. O goblin usa a azagaia como uma vara de salto e pula no ar, logo em seguida ele saca uma faca, com a lâmina suja de veneno vermelho.
O veneno vermelho, nada mais é do que o sangue que os vermes do pântano projetam de suas presas, um veneno que derrete a pele e corrói os ossos.
Synth considera os goblin seres fracos, mas ele não é tolo de subestimar a pontaria deles, ainda mais numa distância tão curta. O goblin grita mais uma vez e estica o braço para lança a faca, mas nada acontece, o goblin simplesmente cai com a cara no chão, morto com ovo de ouro da estátua preso na sua cabeça. Leopoldo avia retirado rapidamente ovo, enquanto se levantava.
- Como você conseguiu arranca esse pedaço de ouro? Esqueletos, digo, ‘’Nós’’ humanos não somos tão fortes.
- Você sabe a resposta Synth, só está tentado esconder a sua burrice. É claro que essa estátua é falsa, mas a sua ganância o impediu de ver o óbvio, sinceramente, como você ainda não morreu?
- Hahaha! A sorte é um elemento fundamental para todo aventureiro. E o que posso dizer, coisas brilhantes me atraem.
- Hã! Então eu devia ter deixado o goblin atirar a faca.
- Calma lá, esse pequeno incidente serviu para sabermos que o caminho em vermelho não é totalmente seguro, o que faz sentido pois ele não tá manchado de vermelho atoa.
Synth vasculha o corpo do goblin e encontra uma bainha de aço pesado, revestida com uma rede de raízes de Xal, uma flor negra usada em encantamentos de magia arcana. Ele pega a faca com cuidado para não tocar no veneno e a guarda de volta na bainha. Em seguida, Synth entrega a faca nas mãos de Leopoldo – Veja pelo lado bom, agora você tem uma nova arma.
- Não. Eu sou péssimo de pontaria, prefiro armas corpo à corpo fáceis de manusear.
- Bom, já que você não quer é mais armas para mim.
Passado esse pequeno susto os aventureiros seguem em frente, o terceiro andar está cheio de armadilhas que vão das mais previsíveis como a da estátua, até um bloco falso que aciona um bola de pedra gigante. Felizmente Synth resolveu deixa de lado a sua ganância, sobreviver é o mais importante, por mais que as armadilhas sejam tentadoras, não são a única preocupação de Leopoldo. Desde o momento em que eles saíram da sala o esqueleto começou a sentir à presença de várias criaturas os observando de dentro da parede, era como se o corredor fosse vivo. Leopoldo pensa em informar Synth, mas antes que pode-se fazer isso um grito de socorro ecoa do corredor à direita, os aventureiros então partem em disparada para salvar quem quer que fosse, porém o que eles encontram ao virar o corredor deixa Synth de boca aberta. Um monstruoso minotauro e aos seus pés está o jovem que havia gritado por ajuda, o minotauro pisa em suas costas e puxa o machado de guerra da cabeça do aventureiro.
- Mas o que um minotauro está fazendo aqui? Perguntou Synth, sacando a Darkwave. - Pensei que eles viviam apenas nas florestas próximas do Abismo.
- Sei lá, ele deve gosta de coisas brilhantes também.
- Isso não é hora para piadas cara.
- Bem então o que faremos? Eu nunca lutei contra essa fera.
- Eles são bem fortes e resistentes, além disso os minotauros conseguem manusear armas de duas mãos perfeitamente, e, tome cuidado com os chifres.
- Não quero danifica-los.
- Esperai, pensei que tinha dito isso para minha segurança.
- Não. Chifres de minotauros valem uma fortuna, por isso não danifique eles.
- Sempre atrás de mais our-
A conversa dos aventureiros é interrompida pelo berro do minotauro, seguido de uma sequência de golpes de machado no chão. A fera então balança a cabeça e corre em direção aos aventureiros, Synth usa o poder da coroa e voa por cima da fera, o minoutauro vira-se com o machado em mãos, porém Synth fura o peito da criatura, com a faca envenenada antes que ele pode-se fazer algo. O minoutauro urra e cai morto no chão.
- Só isso? Perguntou Leopoldo, surpreso.
- Em seu habitat, ele daria mais trabalho, poderia até me matar. Mas aqui, na terra dos homens eles não passam de gado.
Synth embainha a faca enquanto assobia olhando para o corpo do aventureiro, a cabeça do garoto está aberta no meio. Aquilo causa repulsa em Synth, mas não é o suficiente parar impedi-lo de saquear o corpo morto. Leopoldo chocado com à atitude desrespeitosa do amigo, pergunta o motivo pelo qual ele anseia tanto por ouro e riquezas.
Synth sorrir e diz tranquilamente – Os tesouros são aprova do meu sucesso, aprova de que estou vivo, por isso não posso viver sem eles. Mas, nesse caso tem algo a mais – Synth tira o mapa secreto do bolso do aventureiro.
- Eu quero comprar uma armadura.
- A sua motivação é uma maldita armadura?
- Ela não é igual as outras, cara.
- Esse tempo todo eu pensava que o motivo de você ser tão ganancioso tinha algo a ver com a sua família, francamente Synth. Estou decepcionado com você.
- Qual é, não é para tanto meu amigo – Disse Synth, gesticulando com as mãos. – Trata-se de uma bela armadura de diamantes e um elmo com chifres de rubi, uma obra de arte.
Leopoldo aponta para os punhos de Synth – Me diga, o que é mais forte, manoplas de diamante ou as que você está usando?
- Eu tenho uma pergunta melhor, você prefere vencer parecendo um mendigo ou morrer lindo?
- ....
- Em todo caso, eu posso usar as manoplas com a armadura tranquilamente. Agora vem cá, me ajuda a corta os chifres do nosso amigo aqui.
Leopoldo saca à adaga.
- Para que serve os chifres de minotauro?
- Eles servem para – Leopoldo começa a corta o chifre. – Fazer poções afrodisíacas, é um item muito apreciado pela nobreza ... Pensando bem, vou vender só um.
- Tá, agora que você tem os seus chifres, será que podemos seguir em frente?
- Mas é claro, vamos lá.
Pouco tempo depois os aventureiros chegam até a porta do chefão, porém dessa vez tinha algo diferente com a porta e o corredor, o local emana uma energia ruim: a Ira de vários aventureiros que encontraram seu fim ali. A porta de madeira está quebrada, tem um enorme buraco na porta esquerda, feito aparentemente, por um machado.
Synth ainda está incomodado com a presença do minotauro, a criatura morreu rápido demais, monstros do abismo são fracos fora das sombras, mas mesmo assim eles tem força suficiente para lidar com um grupo de aventureiros nível prata. Deixando isso de lado Synth deu um passo à frente em direção a porta, mas antes que pude-se abri-la ele teve seu braço puxado por Leopoldo.
- O que pretende fazer?
- Não é óbvio?! Eu vou derrotar o chefe goblin ou o que quer que esteja atrás dessa porta.
- Não! Você não vai.
- E por que não? Está com medo deles?
- Buff! Medo de goblins? Por favor, eu estou sendo apenas cuidadoso nas últimas duas vezes nós dormimos na sala de descanso e só então, no outro dia a gente enfrentava os chefes. Por que mudar o padrão logo agora?
- É simples, ao contrário de esqueletos e carniçais os goblins pensam e arquitetam planos. Eles podem simplesmente entrar na sala de descanso e nós matar, nada os impede de fazer isso.
- Só humanos podem entrar na sala – Retrucou, enrolando o mapa. – Caso contrário os carniçais teriam sentido o nosso cheiro, e, o rei esqueleto teria invadido a sala para pegar à adaga.
Synth encara Leopoldo com a mesma cara de descrente de sempre.
- A sua teoria faz bastante ‘’sentido’’ Mas devo discorda pois toda manhã passa uma família de patos pelo rio, o que destrói sua teoria.
- Não não, animais são diferentes de monstros, eu ainda posso estar certo. Olha fazemos o seguinte, vamos entrar na sala de descanso ok, se encontramos algo suspeito a gente invade a sala do chefão de uma vez, tudo bem?
- .... Ok! Mas se você cair em uma armadilha não venha dizer que eu não avisei.
Atravessando o corredor eles chegam até a sala de descanso, Synth abre a porta de ferro, com o símbolo de espada e tocha. A sala parece igual, o mesmo rio, o mesmo chão sujo e frio, paredes de tijolos brancos quebrados. Entretanto, Synth sentiu o cheiro de algo diferente no ressinto, uma fogueira recém apagada escondida no canto direito da sala do outro lado do rio.
- Veja! Parece que o senhor cuca rachada teve a mesma ideia brilhante.
- Tenha calma! Não há nenhum sinal de luta aqui, provavelmente os aventureiros passaram a noite aqui e ao se aproxima da sala do chefe, eles foram surpreendidos pelo minotauro.
- Você daria um bom detetive, hein!
- Cala a boca, eu sei que você concorda comigo, só está se fazendo de burro para irmos embora logo. Vamos ficar aqui! Já temos até uma fogueira pronta.
- Usar a fogueira de outro aventureiro morto é sacrilégio, dizem que os espíritos aparecem nas chamas sussurrando palavras malignas, aqueles que escutam de mais acabam sucumbindo à loucura.
- Tenho certeza que eles ficaram mais bravos por você ter roubados os seus tesouros do que uma fogueira.
- .... Eu não vou conseguir te convencer?
- Com certeza não! Por isso trate de acender a fogueira, eu vou dar um mergulho no rio. Essas águas tem algo que revitaliza o meu corpo até os ossos.
- Que surpresa.
Acendi uma fogueira usando alguns gravetos que carregava na mochila, depois peguei um pouco de carne seca e comi. Leopoldo foi se espaldar no rio, encheu o crânio de água e saiu revitalizado. Olhando aquilo, resolvi fazer um teste, peguei um copo de metal e fui até o rio.
Tomei um gole da água do rio e, como já esperava, os efeitos dela agiram sobre mim. Agora tenho certeza, diante de mim reside uma fonte aparentemente infinita de uma água revigorante. Vou fazer bom uso dela.
No outro dia, Leopoldo ainda roncava quando acordei, levantei cedo para ver a família de patos passando. Demorou um pouquinho até que eles chegaram, os cincos patinhos e mamãe pato, mas dessa vez algo os acompanhava, por ser muito cedo é impossível identificar o que está vindo pelo corredor escuro. Com base no barulho dos passos da criatura, trata-se de uma fera grande que anda em quatro patas, eu joguei uma pedrinha em Leopoldo para acorda-lo.
- Hmm ... O que é cara?
- Leopoldo, tem alguma coisa vindo pelo rio, prepare-se.
- Deve ser os patos que você tanto ama.
- Não, eles já estão aqui, veja!
Resmungando, Leopoldo se levanto e sacou a adaga. Coloquei as manoplas e ficamos de prontidão, quando de repente o barulho sessou por um momento. Em seguida, um patinho saiu do corredor. Leopoldo ficou muito aborrecido, guardou a adaga e me ofendeu, mas antes que pode-se voltar a dormir. Fomos surpreendidos por um crocodilo, que pulou em cima da família de patos engolindo todos os patinhos, Leopoldo virou-se rapidamente sacando a adaga novamente. O crocodilo não perdeu tempo e veio para cima de mim, com a boca aberta afim de mim engolir como fez com os patos, fechei a boca da fera e, usando o poder das manoplas, levantei o crocodilo e bati com força no chão, repeti esse processo até os olhos da fera ficarem sem vida.
Leopoldo ficou impressionado com o poder da relíquia, bom, pelo menos foi isso que eu conseguir interpretar daquela cara sem vida. Quando joguei o crocodilo no chão, a mamãe pato veio pra cima da fera, bicando e chutando o cadáver.
- Filho da puta! Como ousa engolir os meus filhos, desgraçado, borra-botas, idiota.
- Synth, essa, essa pata tá falando? Disse Leopoldo, enquanto pegava a mandíbula do chão.
- Saco de lixo, verme maldito, lagartixa gigante, bolsa de coura.
- Eh! Senhora pata, tudo bem?
- Sniff! – A pata enxugou as lágrimas e mudou de semblante. - Sim, vocês passaram no teste. Parabéns!
A pata abriu a boca do crocodilo, com a asa e, de dentro da boca saiu todos os sete patinhos, dois deles carregavam anéis com o mesmo símbolo da porta da sala de descanso, a tocha e espada, em seus pescoços. A pata pegou os anéis e ofereceu para os aventureiros.
- Pegue, este é um pequeno presente por sua bravura.
- O-obrigado, senhora pata.
Leopoldo recusou, pois acha tudo isso muito estranho.
- Você disse que nós passamos no teste, qual teste?
- Sim, meu caro esquele-
- Ei, esqueleto não! Mais respeito por favor.
- Como queira. Bom, Leopoldo e Synth, vocês passaram no teste de Tanokhan: O deus dos aventureiros. Esses anéis são aprova disso.
- Esperai! Está me dizendo que essa é uma das masmorras do deus Tanokhan? O mesmo deus que em vida fundou a minha guilda?
- Sim.
- Há hahahaha! Irei comprar um presente maravilhoso para agradecer Elisa. Leopoldo, essas masmorras foram construídas para armazenar as ricas de um deus, você sabe o que isso significa? Nós vamos ficar ricos!
- Calma lá Synth, um crocodilo surgiu do nada e agora tem uma pata falante aqui, com esse papo de deus dos aventureiros, tem coisa errada ai meu irmão. Quem é você pata? E qual é a sua relação com esse deus?
- Oh! Acabei por não me apresentar, eu me chamo Lunamaria: A pata da água. Eu auxilio os aventureiros capazes de explorar essas masmorras. Quanto a esse crocodilo, essa fera conseguiu de alguma forma adentrar no rio e passou a perseguir a mim e aos meus filhos. Em vez de mata-lo, resolvi deixa para vocês fazerem esse trabalho.
- Não fiquem com raiva, veja agora vocês tem mantimentos de sobra para termina essa masmorra.
- Então você tá aqui para nos guiar no tutorial?
- Hahaha! Isso aqui tá mais NG+7. Só sobrevive aqui quem é de nível alto, aventureiros de classe ouro para baixo costumam morrer bem rápido.
- Minha função aqui se restringe aos limites dessa sala, eu proporciono está água revigorante para amenizar os danos sofridos durante a batalha, garanto a segurança de vocês durante o sono e ajudo dando informações sobre como funciona a masmorra.
- Garante a nossa segurança? Você não conseguiu impedir o ataque do crocodilo, como pretende nós defender?
Os olhos da pata brilharam em brasa ao ouvir as palavras de Leopoldo, ela levantou as asas para cima e, em um golpe muito rápido cortou o crocodilo em vários pedaços.
- Correção, eu me deixei ser atacada pois queria lhes dar um desafio a mais.
- Ohh! Obrigado pata.
- De nada, agora se me dão licença, eu vou embora.
- Eu tenho uma última pergunta, está água é infinita?
- Sei o que está pensando Synth e, não, essa fonte não é infinita até porque eu tenho certeza que os aventureiros iram andar por ai com um barril dela. Além disso, essa água tem um debuff cruel, se você beber demais vai ficar bêbado, afetando sua precisão, coordenação e equilíbrio. Por tanto, tenha cuidado ao usar essa água durante o combate, pois o que te revitaliza também pode levar a morte.
Leopoldo ficou perturbado com a presença repentina da Pata, isso é normal já que os seres mágicos nunca ouviram falar do deus dos aventureiros, pois Tanokhan viveu toda a sua vida no reino dos humanos ao contrário dos outros deuses. Ele nunca se envolveu na guerra entre a terra encantada e o Abismo por não ver graça na guerra, e isso irritou muito os outros deuses, que acabaram ocultando a sua existência. Entretanto, eu já conhecia muito bem essa história, pois foi Tanokhan que fundou a minha guilda, Kali de Rux.
- Hahaha! Nós vamos ficar ricos Leopoldo, ricos!
- Foque em ficar vivo para poder gastar esse dinheiro.
- Ei o que foi, está com medo dos goblins?
- O excesso de confiança pode ser uma arma letal.
- Eu sei disso, mas são goblins cara, nós enfrentamos um Lich e um carniçal gigante comparado a isso os goblins não passam de ... Goblins. Olha cara, falta um chefe para podemos voltar para casa, por isso estou assim. Me aventurar nessas masmorras e lutar contra monstros é legal, toda essa adrenalina me faz bem, porém, quantos mais demoro, maior se torna a saudade que sinto de Ayla.
- Esse é o nome da sua consagrada?
- Sim, ela e os nossos filhos são o meu maior tesouro.
- Você já é pai!
- Sim, dois meninos e uma menina. O mais velho tem uma loja na terra encantada, não compre nenhum item roxo dele, confie em mim aquelas coisas são amaldiçoadas. A mais nova seguiu os passos do pai e foi em busca de aventuras no deserto do sol sorridente, ela pegou um belo bronzeado naquele lugar. O do meio decidiu acompanhar a mãe e foi estudar magia, esse garoto consegue puxar mais do que um coelho da cartola, acredite em mim.
- Os três são meio - humanos como eu?
- Sim, a mais nova tem chifres espirais como os da mãe, e o mais velho adquiriu pernas de bode ... Esses simples traços genéticos os impedem de viver aqui comigo.
- Por causa da guerra?
- Sim, os humanos ainda odeiam os seres mágicos por sua ‘’ traição’’ Hoje sabemos que tudo aquilo foi causado pelos reis do abismo, mas mesmo assim nós preferimos matar do que pedir desculpas.
- Os seres mágicos odeiam os humanos pelo mesmo motivo, será que algum dia os dois povos se uniram contra o verdadeiro inimigo que é o Abismo?
- Espero que sim, pois eu quero te levar para Kali de Rux.
- Eu aceito o convite, agora chega desse papo sério e vamos lá derrotar o final boss.
Determinados a ganhar, seguimos até a sala do chefe e abrimos aqueles gigantes portas de madeira. Ao ver o que tinha atrás daquelas portas eu fiquei espantando, as paredes e o chão foram construído com barras de ouro, espalhado por toda sala a várias pilhas de tesouro. De frente para a porta, na outra extremidade da sala, reside o chefe goblin sentando no mini trono em cima de outro trono. A pequena e barriguda criatura não ficou nada feliz em nós ver, o goblin começou a gritar palavras incompreensíveis enquanto agitava ferozmente o saco na sua mão direita, pensei que tudo aquilo era para chamar o seu pequeno, literalmente, exercito.
Entretanto eu estava errado pois não veio nenhum lacaio ao seu chamado, o goblin abriu o pequeno saco de moedas e jogou uma pequena bola de luz no chão bem na nossa frente, aos poucos a bola de luz foi crescendo e ganhando forma até se revelar num temível minotauro.
- Então é daqui que veio aquele minotauro, interessante.
- Com certeza, vou ganhar uma fortuna com esses chifres.
- Imaginei que você fosse dizer isso.
- Eu sou um homem simples, Leopoldo.
O minotauro não aguentou esperar o termino da minha conversa e partiu para cima, porém eu conseguir segurar a lâmina do seu machado a tempo, Leopoldo agiu logo em seguida cortando o braço da criatura e finalizando-o com um golpe no pescoço. O chefe goblin ficou ainda mais irritado, colocou a mão dentro do saco e lançou outra bola de luz, essa tomou a forma de um templário zumbi.
- Precisamos destruir aquele saco Synth, rápido jogue a faca envenenada nele.
- Eu não posso, minha precisão é muito baixa, e se eu acertar o saco ao invés do goblin?
- Você terá resolvido o problema do mesmo jeito – Leopoldo esquiva dos golpes de espada e faz um corte na cara do templário, porém ele não sente nada. A criatura revida soltando um bafo pestilento, que começa a corroer os ossos de Leopoldo.
- MINHA PELE É SENSÍVEL A PESTE, RAPIDO SYTH, FAÇA ALGUMA COISA!
- Zumbis são mortos – vivos e como tal ... eles sofrem dano disso aqui – Synth pega a ‘’ pena de anjo’’ E empurrar para dentro do peito do templário.
– Primeira benção: Cura.
Ao ser curado o templário explodiu.
O goblin, mais uma vez colocou a mão dentro do saco para puxar um novo inimigo, o inimigo desta vez é um troll gigante, segurando um tronco de árvore nas costas. Primeiro ele tentou me pegar com a mão, me defendi, cortei os seus dedos com a darkwave, infelizmente o corte não foi profundo o suficiente para corta-los fora.
Em seguida a criatura girou o tronco, num movimento rápido e conseguiu me acertar, eu fui atirado para cima da pilha de tesouros, o troll novamente tentou me agarrar, mas foi impedido por Leopoldo que cortou as suas canelas.
- Eu disse para atirar a droga da faca, seu ganancioso de merda.
- Argh! Segura esse troll por um minuto, eu já vou resolver tudo isso.
Enquanto Leopoldo lutava contra a criatura, eu bebi um pouco da água revigorante a dor sumiu na hora, depois atirei a garrafa vazia na cabeça do troll para chamar sua atenção. O monstro segurou o tronco com as duas mãos para me esmagar no próximo golpe, quando ele levantou os braços eu arremessei a faca envenenada na sua jugular. Antes que o goblin invoca-se outro monstro, peguei um cálice de outra da pilha de tesouros e joguei na cabeça dele, isso não foi suficiente para impedi-lo de colocar a mão no saco, porém, Leopoldo já tinha o chefe goblin no alcance de sua adaga.
Leopoldo tira o sangue de goblin da adaga, e coloca de volta no crânio - Odeio summoners.
Assim como os outros chefes, o goblin dropou um mapa com as mesmas coordenadas e, informações de não uma, mas sim duas relíquias.
- Um saco e um porrete, que loot maravilhoso.
- Esse é o Saco sem fundo da Antiquária, como o próprio nome já diz ele não tem fundo por isso pode colocar qualquer coisa dentro dele, depois basta pensar no item que ele aparece na sua mão.
- Perai, então os goblins tiveram que capturar um minotauro e por ai dentro?
- Sim, estou tão surpreso quanto você, à primeira vista achei que se tratava de um saco de invocação, mas na verdade é um saco de acumulador.
- Eu posso acabar tirando sem querer, outro monstro que os goblins colocaram aqui dentro?
- Não, tudo que foi jogado ai pelos goblins se perdeu para sempre. Por isso tenham em mente tudo que você vai guarda no saco, porquê se você se esquecer de algo, ela estará perdida para sempre dentro do saco.
- Bom, eu pretendo guardar apenas ouro, acho bem difícil esquecer dos meus tesouros hahaha! E o porrete, o que ele faz?
- Porrete da verdade ... Essa relíquia é um pouco roubada. Basicamente o que ela faz é roubar informações, de uma porrada em alguém e depois faça uma pergunta, não precisa falar, apenas pense na pergunta e o subconsciente da pessoa lhe dirá a resposta certa.
- Vamos testar.
- O que? Ei, espera ai.
Synth dá um porradão no crânio de Leopoldo ‘’ – Você é um humano?’’
‘’- Sim!’’
- hmmm! Ainda não estou convencido – Ele dá outra porrada em Leopoldo.
‘’- Quem é você de verdade?’’
‘’ Eu me chamo, Leopoldo Calisto Wice Khan Meritus Vazeluz Nordius Romanoff Argos Saco de ossos, sou um humano’’
- Para com essa merda ai meu irmão!
- Foi mal, precisava testar o produto. Agora tenho certeza, essa relíquia será muito útil, vamos usa-la na Lunamaria da próxima vez.
- Boa ideia. Platinamos a dungeon, vamos para onde agora?
- Primeiro vamos recolher todo esse tesouro. Depois, eu vou te levar para a minha casa, preciso ver Ayla antes de partir para outra dungeon nos confins do mundo.
Uma semana depois.
Ayla prepara o jantar na cozinha, quando ouve batidas na porta, ela vai abrir a porta e se depara com uma figura que a deixa assustada, um esqueleto com uma adaga no crânio, segurando um buquê de flores.
- Ayla, meu amor.
- Synth? Perguntou, pegando as flores.
-Sim, sou eu minha querida, só que bem mais magro.
- Essa ... Essa é a tal surpresa que você mencionou na carta?
- Sim, eu fui atingido pelo bafo flamejante de um dragão e acabei assim, agora o seu querido marido é um ... Esqueleto.
Ayla deixa as flores caírem no chão, leva as mãos a boca e começa a chorar.
- Sniff! Sniff! E agora como vamos brincar se você não tem mais a Big Wave?
Leopoldo olha para cima, onde está Synth voando, enquanto dubla o amigo.
- Serio? Big Wave?
- Foi ela quem escolheu não e- Ayla invoca argolas douradas ao redor do pescoço de Synth e o puxa até ela.
- O que significa isso? Disse ela, furiosa.
- Esse é Leopoldo meu novo amigo. A partir de agora ele me acompanhará nas dungeons.
A raiva de Ayla cessa ao ouvir aquelas palavras, dando lugar a alegria.
- Você voltou atrás naquela decisão?
- Não! Leopoldo é um caso à parte. Não pretendo formar uma party novamente.
- Bem ... Então como você encontrou esse esqueleto?
- Não diga isso!
- Senhora Ayla, peço que não me chame assim pois sou um humano como qualquer outro.
Ayla encara Synth, com um olhar indiferente.
- É uma longa história querida.
Após a discursão, os três entram dentro da modesta casa dos Vaporwave, localizada no meio da floresta do reino de Saimon III, na fronteira entre o mundo humano e a terra encantada. Após o jantar, os três se reúnem na sala onde são aquecidos pela lareira. Synth contou toda história até então, entretanto, ocultando alguns detalhes como o duelo, que Leopoldo fez questão de lembra-lo. Ayla não conseguia conter a felicidade de ver o seu marido, com um novo companheiro de aventura, após anos explorando dungeons sozinho.
Mais tarde, Synth levou Leopoldo para o quarto de hospedes e, após dar boa noite ao amigo, ele foi em direção aos braços de Ayla. Passando pelo corredor, Synth sentiu um frio anormal vindo da janela aberta, parecia que o ar iria congelar a qualquer momento, ele toma um susto ao segurar a maçaneta da porta, que mais parecia um bloco de gelo. Ao abrir a porta do quarto, Synth se depara com Ayla totalmente coberta da cabeça aos pés, isso o deixou muito triste pois esperava algo bem diferente.
Synth deita na cama, ele tenta puxar o cobertor, porém, Ayla agarra a coberta e puxa de volta, Synth não desiste e torna a puxar novamente, Ayla então lhe dá um soco que o jogo para fora da cama.
- Sem brincadeiras, hoje tá muito frio.
Enquanto isso, um homem em pé no galho de uma árvore próxima da casa de Synth, mira, com um rifle branco na nuca de Synth, que está aparecendo na janela do seu quarto. O homem tem o aventureiro sobe a sua mira, numa posição perfeita para o abate, mas é impedido por uma coruja branca que pousa no cano da arma.
- Saia da minha frente. Eu estou com o aventureiro na mira, a essa distância o tiro não será fatal, felizmente.
- Eu vim até aqui para impedir que você faça isso.
O homem esboça um leve sorriso ao saber que não irá precisar neutralizar o seu alvo.
- Então Akhallis desistiu das relíquias desse aventureiro?
- Não, ele apenas não quer que você morra aqui.
- E por que eu morreria? O aventureiro não notou minha presença, posso facilmente colocá-lo para dormir agora.
- O problema não é o aventureiro, mas sim a esposa dele, ela é uma Antaris. Então se você puxar o gatilho agora, terá de lutar contra uma maga poderosa. Vamos, vamos voltar pra casa, teremos outras chances para roubar as relíquias dele.
- Tudo bem, mas antes vamos comprar alguns pãezinhos doces paras as crianças.
A coruja dá um lindo sorriso e voa para o ombro do atirador. O homem pula do galho e durante a queda vários flocos de neve saem do seu imenso casaco branco, no local onde ele caiu criou-se um pequeno círculo de gelo ao redor.
O frio foi embora junto com o homem misterioso, Ayla joga as cobertas para o alto e monta em cima de Synth.
- Mudei de ideia.